terça-feira, dezembro 26, 2006

O "Brasil" na Libertadores não é o Brasil na Libertadores

Neste mês de dezembro, tivemos a participação do Internacional no Mundial de Clubes da FIFA 2006, ao qual sagrou-se campeão batendo o Barcelona por 1 a 0. Uma conquista inédita para o Internacional e importante para o futebol brasileiro. A presença do Inter na competição atiçou a curiosidade dos brasileiros para assistirem as partidas do Colorado no Mundial. E, também, a presença de mais um clichê famoso usado pela imprensa nacional.

Talvez você já tenha ouvido falar que tal time "é o Brasil" em determinada competição internacional de clubes. O artifício, usado principalmente pelo Galvão Bueno, serve a princípio para elucidar uma suposta torcida nacional pela equipe em questão, seja ela grande ou pequena. O arroubo nacionalista não é apenas monopólio do principal narrador da Rede Globo, mas de diversos meios de comunicação espalhados pelo país, na tentativa (de certo modo verdadeira) de dizer que o referido clube representa a nação brasileira em campo contra adversários estrangeiros.

O uso do mote seria perfeito se não se observassem alguns probleminhas. O primeiro deles parte da "torcida". Claro que muitos torcedores de outros clubes apoiaram o Internacional em sua saga em busca da taça sul-americana e pelo título mundial. Mas nem todos acharam que o Inter era o "Brasil" em campo diante de Al-Ahly e Barcelona. Os gremistas, por exemplo, não gostavam quando ao invés do Inter, era o "Brasil" em campo. Na opinião deles, os colorados não tinham a torcida inteira do país para serem campeões mundiais de clubes, além claro da própria torcida do Grêmio. E claro, o Inter tinha estrangeiros (Vargas e Hidalgo, pois o Rentería ficou)

Do mesmo modo, o São Paulo não foi o "Brasil" na conquista do ano passado, quando bateu o Liverpool na final. Corinthianos, palmeirenses e santistas se uniram como nunca para secar o Tricolor na busca pelo tri mundial, mas acabou não dando certo. E claro, o SP foi "Brasil" mesmo tendo um estrangeiro no elenco (Lugano).

O grande problema de se dizer que um time é o "Brasil" é, como já vimos, mexer com brios de outros torcedores, que por motivos quase óbvios, nunca apoiariam a equipe a postular tal taça internacional. Além disso, no caso dos Mundiais, a equipe nunca representa de certo modo o país Brasil, mas a confederação (CONMEBOL) na disputa pela taça. Portanto, seria aceitável dizer que o Inter era a América do Sul em busca do título Mundial?

E como seria lá fora? Seria o Arsenal a "Inglaterra" contra a "Espanha" (Ou melhor, "Catalunha"), representada pelo Barcelona? O Milan, em qualquer decisão européia, seria a "Itália", tendo torcida de todos os torcedores, inclusive dos da Juventus e da Internazionale? O Benfica seria "Portugal"? O Lyon a "França"? o Bayern de Munique a "Alemanha"? Ou quem sabe o Boca Juniors pode ser a "Argentina"? Para os seus rivais mais próximos, será que seria questão de honra patriótica torcer por um adversário?

Mas bem, o "Brasil" na Libertadores (ou na Supercopa, Mercosul, COnmebol, Mundial Interclubes, Mundial da FIFA, Sul-Americana...) é apenas um arroubo de nacionalismo de certos órgãos da mídia para tentar trazer a maioria do público nacional para torcer para um time brasileiro. Só que esquecem que esses times tem rivais, e por muitas vezes, estes torcem contra o time. Ou já esqueceram de Fla-Madrid e Corinchester?

E o único Brasil com o que se pode torcer é a Seleção Brasileira de futebol.

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Este é o último post do ano, e venho aqui pra dizer um Feliz 2007 para todos os que dâo uma espiada neste blog. No ano que virá teremos mais assuntos para tratar, mais histórias, mais curiosidades, mais coisas para opinar e claro, teremos você aqui, lendo, comentando e divulgado este blog por aí

Feliz 2007 pra todos e se cuidem.

domingo, novembro 19, 2006

Quando Belgrado ganhou a Europa

O atual momento do futebol sérvio pode não ser o céu, mas tampouco o inferno. Apesar da tradicional participante de Copas do Mundo ter fracassado no Mundial deste ano, nunca deve-se jogar fora a história de um país que revelou grandes jogadores e que teve grandes momentos no futebol europeu. Mas está difícil voltar aos velhos tempos...

Portanto, iremos lembrar a vocês do, talvez, maior fato do futebol daquele país em toda sua história. Um fato que aconteceu quando tudo aquilo ainda era uma só grande Iugoslávia, e quando sua seleção local ainda metia um pouco de medo nos adversários e seus times faziam um pouco de figura nas competições européias de clubes.

Voltemos a 1990. A Iugoslávia começava a sentir os efeitos da futura "ruptura" que culminaria na divisão do país. Mais uma temporada da então Copa dos Campeões (a 1990/1) começaria, sendo a última edição feita somente em jogos eliminatórios. E também seria a última sem a presença de clubes ingleses, ainda banidos por consequência da tragédia do estádio Heysel, em 1985. E nisto, um clube de lá brilharia para todo o mundo.

Na temporada 1989/90, o Estrela Vermelha (Crvena Zvezda) foi campeão iugoslavo com 11 pontos de vantagem sobre o vice Dinamo Zagreb (51 a 40) e foi o representante local na Copa dos Campeões. Na primeira fase, o time encarou o Grasshoppers, da Suíça. Jogando em casa, na estréia, empate em 1 a 1. Na volta, em Zurique, o Zvezda não teve conhecimento do campeão helvético e goleou por 4 a 1.

Para que fique bem claro, o Estrela Vermelha tinha um bom time, contando com Jugovic, Nadjoski, Beleodici, Savicevic, Pancev, Mihajlovic e Prosinecki, e treinado por Ljubomir Petrovic. Muitos daqueles jogadores faziam parte da seleção Iugoslava que fez bom papel na Copa de 1990, na Itália (Beleodici era romeno).

Voltando ao assunto, o próximo adversário foi o Rangers-ESC. Em casa, os sérvios venceram os "Gers" por 3 a 1. Jogando em Glasgow na segunda partida, um empate em 1 a 1. Por enquanto eram adversários que não comprometiam muito a equipe, enquanto isso equipes como Milan, Bayern de Munique e Porto seguiam em frente na competição.

Nas quartas-de-final, quem apareceu foi o Dynamo Dresden, da Alemanha Oriental. Na primeira partida, os sérvios venceram em casa por 3 a 0, praticamente classificando o time. A partida de volta poderia ter sido tranquila, se não houvessem distúrbios na torcida em Dresden. Aos 33 do segundo tempo, o Estrela vencia por 2 a 1 quando o juiz terminou o jogo por causa dos problemas com os torcedores. A UEFA deu o placar de 3 a 0 aos vermelhos iugoslavos, que avançaram rumo as semi-finais.

Nas semi-finais, dois times do lado capitalista contra dois times do lado socialista. Enquanto o Olympique de Marselha passava pelo Spartak Moscou, o Crvena Zvezda encarou o Bayern de Munique. No primeiro jogo, no Olympiastadion bávaro, 2 a 1 para os sérvios, com gols de Pancev e Savicevic. Em Belgrado, o Bayern chegou a devolver o placar e levar o jogo para a prorrogação, mas no último minuto, surge o gol da classificação. O Estrela Vermelha mantinha o sonho europeu aceso.

Em 29 de maio de 1991, a cidade italiana de Bari recebeu a final daquela competição. A Copa dos Campeões era decidida por Olympique de Marselha-FRA e Estrela Vermelha-IUG. Na partida, os dois treinadores (Ljubomir Petrovic e Raymond Goethals) abdicaram do ataque e se prenderam na defesa durante todo o jogo.

Tanto defensivismo de duas equipes que foram extremamente bem sucedidas ofensivamente no campeonato resultaram em um 0 a 0 que persistiu tanto no tempo normal quanto na prorrogação. O título europeu daquela temporada seria decidido nos pênaltis.

O Estrela Vermelha iniciou a série com o gol de Prosinecki. Amoros teve o chute defendido por Stojanovic. Depois, todos os que cobraram marcaram gol: Binic, Beleodici, Mihjalovic e Pancev para o Crvena Zvezda, Casoni, Papin e o brasileiro Mozer para os marselheses. Mas o pênalti perdido por Amoros custou aos franceses, que viram por 5 a 3 na "loteria" dos pênaltis, o Estrela Vermelha vencer sua única Copa/Liga dos Campeões. Nada mais do que merecido.

FICHA TÉCNICA

ESTRELA VERMELHA-IUG 0 (5) X 0 (3) OLYMPIQUE DE MARSELHA-FRA

Dia: 29/5/1991
Local: San Nicola, Bari (ITA)
Juiz: Tulio Lanese (ITA)
Público: 57500

ESTRELA VERMELHA
Stojanovic; Beleodici, Nadjoski, Sabanadzovic, Jugovic e Marovic; Mihajlovic, Binic, Savicevic (Stosic) e Prosinecki; Pancev
T: Ljubomir Petrovic

OLYMPIQUE DE MARSELHA
Olmeta; Amoros, Boli, Mozer e Di Meco (Stojkovic); Fournier (Vercuysse), Germain, Casoni e Abedi Pelé; Papin e Waddle
T: Raymond Goethals

G:
CA: Marovic, Mihajlovic e Binic (ETV); Boli (OM)

Nos pênaltis: Estrela Vermelha 5 (Prosinecki, Binic, Beleodici, Mihajlovic e Pancev) x 3 Olympique (Casoni, Papin e Mozer). Amoros teve cobrança defendida por Stojanovic.

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No Mundial Interclubes, o Crvena Zvezda enfrentou o Colo Colo-CHI. E se deu bem. Venceu por 3 a 0, dois gols de Jugovic e um de Pancev e conquistou o título mundial de 1991. A nota triste foi a expulsão de Savicevic, ainda no primeiro tempo

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Após a competição, a tensão interna na Iugoslávia chegaria ao ponto máximo, com a independência de Croácia e Eslovênia. Os conflitos internos envolveram o mundo e arrasaram com a região, e por tabela, com o time. Suas principais estrelas foram vendidas para clubes das grandes ligas européias. Mas o Estrela Vermelha não viu um centavo do dinheiro das mesmas. Motivo: Pelas leis internacionais, fica proibida qualquer transferência financeira internacional a países em conflito.

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O clube venceu a liga iugoslava de 1990/1, e confirmou sua passagem para a Copa dos Campeões da temporada seguinte (já tinham a vaga automática de vencedor). Passaram pelo Portadown-IRN e Apollon Limassol-CHP nas fases preliminares. Caíram no grupo A, com Sampdoria-ITA, Anderlecht-BEL e Panathinaikos-GRE. Acabaram em 2o lugar no grupo, com 6 pontos, e fora da fase seguinte (O Sampdoria, vencedor do grupo, seria vice da competição).

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Por duas outras vezes, os vermelhos sérvios chegaram as semi-finais da Copa dos Campeões. A primeira foi em 1956/7. Estreando na segunda fase, passaram por Rapid Herleen-HOL e CDNA Sofia-BUL (futuro CSKA Sofia), caindo diante da Fiorentina-ITA.
A outra foi em 1970/1, passando por Újpest-HUN, UT Arad-ROM, Carl Zeiss Jena-RDA e sendo eliminados pelo Panathinaikos-GRE.

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Em 1978/9 o Crvena Zvezda foi a outra final de competição européia. A da Copa da UEFA 1978/9. Passaram por Dynamo Berlim-RDA, Sporting Gijón-ESP, Arsenal, West Bromwich-ING, Hertha Berlim, mas caíram na final para outro alemão, o Borussia Mönchengladbach: empate em 1 a 1 no primeiro jogo e derrota no segundo por 1 a 0.

Fora isso, alcançou as semi-finais da Recopa em 1974/5 (caiu diante do Ferencváros-HUN) as semi-finais da Fairs Cup (antigo formato da Copa da UEFA) em 1961/2 (eliminado pelo Barcelona),

FONTES
Wikipedia
UEFA
RSSSF

quarta-feira, setembro 27, 2006

As revelações do VMB: Onde estão

Nesta semana, quinta-feira provavelmente, acontecerá mais um Video Music Brasil, o popular VMB. Premiação esta que já se tornou famosa no país por representar o píncaro da indústria do videoclipe brasileiro. Um prêmio, que na minha opinião, anda perdendo um pouco do gás ultimamente, sem grandes vídeos e emoções para se ver na TV.

Mas este post não está para criticar o VMB, mas sim para relembrar aqueles artistas que se revelaram nos VMBs e foram eleitos "artista revelação" do ano. Saber como eles andam após terem recebido este prêmio e se ainda brilham na música. Também iremos ver se conseguiram escapar da "maldição da revelação", que pra alguns, representa que muitas das bandas e artistas que vencem nesta categoria não conseguem brilhar por muito tempo.

Então, faremos nossa cronologia

1995
Pato Fu - Sobre o Tempo

No ano inicial do VMB, os mineiros do Pato Fu venceram a categoria com o clipe, bastante simples e simpático de "Sobre o Tempo" (Aquela "Tempo/Mano Velho..."), quando os clipes mais toscos pareciam ainda muito bacanas. Fernanda Takai, John e cia. eram as sensações da "primeira leva" de artistas surgidos pós-MTV (da qual Raimundos e Skank também fazem parte, entre outros).
O Pato Fu não demoraria para emplacar de vez, com clipes como "Pinga", "Antes Que Seja Tarde", "Eu Sei", "Eu", "Anormal", "Made In Japan"...conquistaram respeito com seu pop meio "semi-indie", mas ainda pop. E ainda conquistaram alguns outros VMBs no caminho. Este ano concorrem com "Sorte ou Azar" na categoria pop. São fortes candidatos, mas é esperar para ver

1996
Karnak - Comendo Uva na Chuva

Por algum tempo do final dos anos 90, o Karnak do mitológico André Abujamra representou a chamada "world music" no Brasil. Quase qualquer ritmo mundial (seja árabe, africano, do Leste Europeu ou latino) era fundido a MPB e até ao pop-rock em uma mistura atraente e interessante para muitos. Os clipes eram bem inteligentes e muito bem feitos, exemplos como "Alma Não Tem Cor" e "Universo Umbigo", que também venceram VMBs. O Karnak sabia muito bem dosar boa música, bons clipes e maus resultados nos Rockgols.
O Karnak não continuaria por muito tempo. A banda acabou e cada um foi pro seu canto. O mestre da banda, filho do sr.Antônio, descobriu ser um bom diretor de clipes (apesar de já ter dirigido alguns do Karnak anteriormente) e também sua veia de perna-de-pau, atuando no Rockgol. Pelo menos ele continua em nossos corações.

1997
Claudinho e Buchecha - Conquista

Durante algum tempo, especialmente os anos finais da década de 90, esta dupla de funk carioca (quando não era a putaria que é) invadiu as paradas pop com seu funk amoroso e positivo, com sua famosa dança (aquele em que eles punham uma das mãos no nariz e a outra eles mexiam como tentáculo com as costas curvas e cabeça abaixada) e seu "tchurururu". "Conquista" poderia ser seu maior hit, a música mais lembrada deles se não fossem outras como "Só Love" e "Fico Assim Sem Você" (aquela que a Adriana "Partimpim" Calcanhoto gravou em seu Cd para crianças), também hits potentes.
A morte de Claudinho em acidente de carro acabou com a dupla e quase fez Buchecha, seu eterno companheiro, abandonar tudo. Mas hoje ele começa a reerguer a carreira fazendo algum sucesso nas rádios.

1998
Charlie Brown Jr - Proibida Pra Mim

No rol das bandas amadas e odiadas pelo Brasil afora, o CBJr já é uma das principais bandas do rock brasileiro desde que surgiu ao mundo em 1997. E passou a ser uma das bandas que mais fez clipes do caralho (isso, você leu isso mesmo) na história. São vários, muitos aos quais você deve se lembrar. Colocarei aqui três deles: "Rubão, o Dono do Mundo", "Só Por Uma Noite" e "Champagne e Água Benta".
A banda passou por algumas mudanças em sua formação, mas nada que estragasse o sucesso da banda. Chorão e sua trupe continuam na crista da onda, indicados por "Ela Vai Voltar" a alguns prêmios e continuam a fazer bem nas paradas. Os fãs esperam que por muito tempo. Aliás, faltou mencionar Alessandra (I)scatenna que está no clipe

1999
Otto - Bob

Enquanto estava no Mundo Livre S/A, Otto era apenas um percussionista como outro qualquer, fora dele ele pulava para a frente da vanguarda da MPB no final do século 20. Quando a eletrônica já influenciava boa parte das bandas, ele aproveitou e a incluiu nesta música que fala do Bob da tupina de Copacabana (Ou seja o que isso for), e no clipe de gente andando "do lado errado" e Otto girando sobre coisas e mais coisas e pessoas.
Depois, o pernambucano ainda emplacou alguns clipes, como "Pelo Engarrafamento" (aquele do beijo do Matheus Natchergale). Ainda come a Alessandra Negrini e se tornou o visigodo no.1 do Rockgol. SImples assim.

2000
Los Hermanos - Anna Julia

Não adianta fingir, fugir, nem nada. Você deve saber de cor a letra de "Anna Júlia", ou já deve ter cantado a mesma umas trilhões de vezes. O maior hit do grupo carioca ganhou a primeira eleição de Revelação votada por gente como nós quase que merecidamente, pois eram os artistas do momento, tocando em todo (eu digito: TODO) lugar, de praias a casametnos, de lojas a quermesses, de rádios de pagode a rádios alternativas. A canção da tal Anna Júlia, interpretada por Mariana Ximenes no clipe, foi a canção daquele verão.
Mas tudo um dia cansa, e eles cansaram disso. Decidiram dar a maior guinada que uma banda pôde fazer no Brasil depois de virar famoso. Deram as costas aos primeiros lugares das paradas, aos grandes contratos, aos programas populares, e resolveram abraçar o samba, a mpb, o choro, a poesia e ritmos menos "roqueiros". De certa forma foi bom, pois eles ganharam mais cara de grupo (e barbas) interessante, e fizeram clipes mais elaborados, como "Cara Estranho". Hoje concorrem com "Morena" em MPB (?).
Sem dúvida a banda que mais mudou desde seu prêmio do VMB.

2001
Bidê ou Balde - Melissa

A primeira das bandas do rock retrô do RS a surgir no mundo normal de bandas ganhou o prêmio em 2001. Numa formação um tanto quanto excêntrica, com homens e mulheres em roupas dos anos 60, a banda mostrou seu rock simples, sem muitas firulas e sem essas coisas que chamam de "emo". Com certeza eles abriram espaço para caras como os do Cachorro Grande, que este ano estão indicados com "Sinceramente".
O BoB voltou a ser indicado algumas vezes e fez clipes bem legais, como "As Cores Bonitas" (As cores bonitas, em tons azulados...nanan...brinquedos quebrados). Hoje não estão no VMB, mas quando voltarem, será bom ficar de olho no que farão, pois poderá ser bom.

2002
CPM 22 - Tarde de Outubro

Emo? Pode até ser que sim. Modinha? Se você achar que é...Hardcore? Bem, o som é de HC...não importando as dúvidas, a atual banda do momento confirmou em 2002 o boom que começou lá por 2000, como o clipe independente "Anteontem" ("Sobre os meus próprios passos/vou caminhar/sobre os meus próprios passos/nunca mais vou errar"). A vitória como banda revelação, dois anos depois, só confirmou que eles realmente viriam para ficar e abrir espaço para novas bandas do estilo. Naquela época Badauí e cia. não eram chamados de "emo", pois quase ninguém daqui sabia que raios seria um emo...(muito menos hoje...)
No entanto, o CPM 22 (indicado a este ano) se tornou a banda favorita de muita gente e reina absoluta no rock brasileiro. Acho que todos sabemos seus grandes hits e por isso, qualquer um poderia lembrar. Por isso, sigo com a próxima.

2003
Detonautas Roque Clube - Quando o Sol se For

Pra muitos, eles são apenas a banda dos caras que são "reis" do Rockgol: Clééééééston (Clééééééston), Coala e Motosserra. Para outros, são uma banda na estrada fazendo um som diferente. Um pouco de cada deu aos Detonautas o título de banda revelação de 2003, quando eles apareceram querendo ser meio "new metal", meio "soul rock". Junto com suas estripulias na competição esportiva da MTV conquistaram o público.
Aguentaram bem a barra de perderem um guitarrista (morto), fizeram um clipe bem foda sobre acidentes de carro e continuam na ativa, fazendo shows e promovendo seus discos. O som agora ficou rock, bem rock. Quem sabe o que farão no futuro.

2004
Dead Fish - Zero e Um

Chamar o Dead Fish de emo seria pra muitos uma ofensa grave passível de morte. Mais próximos do hardcore político e sério do que do emo meloso, os capixabas mostraram no mainstream todo o sucesso e respeito obtido no underground. A juventude normal, ávida por parecer antenada e contestadora, abraçou o grupo e votou até não poder mais.
Revelação tardia? Pode até ser...mas o Dead Fish mostrou para a grande massa todo seu poder de fazer um HC bom e sério. Você pode até odiar o que eles dizem (caso meu), mas concordar que eles são bons no que fazem é o mais aceitável.

2005
Leela - Te Procuro

Bandas de garota podem ser feministas, desbocadas, tristes e apaixonadas. No último caso cai o Leela, que adotou o nome da cíclope alienígena de Futurama. No ano passado, havia bons concorrentes e o Leela surpreendeu a todos vencendo a premiação dizendo que eles só queriam ficar com você (a pessoa no caso).
Bem, é cedo dizer se o Leela ainda vai emplacar mais coisas ou será engolido nas trevas das eternas promessas da músicas. Ainda precisaremos ver se lançarão mais discos e músicas para entrarem nas paradas e mostrarem que tem muita lenha a queimar no universo musical brasileiro.

Bem, é isso...

Na quinta, Cansei de Ser Sexy, NX Zero, Canto dos Malditos na Terra do Nunca, Forfun e Hateen disputarão a coroa de revelação de 2006. Eu e você, talvez, já escolhemos nossos candidatos e torceremos muito para que vençam. Se eles serão bandas de respeito no cenário musical brasileiro ou apenas promessas levadas ao léu, não sabemos. Mas no futuro, quando sair outra lista como essa, poderemos dizer algo sobre quem venceu a categoria e o que veio depois.

É esperar para ver

...

PS: Desculpem a longa espera, mas estava fazendo outras coisas por aqui. Tentarei arranjar mais tempo para atualizar aqui com mais coisas e trecos que achar necessário. Continue entrando, comentando e prestigiando este lugar.
Até

quarta-feira, agosto 09, 2006

Pela Unificação futebolística das Américas

Desculpe-me pela longa demora em escrever novas coisas neste blog, é que me mantive um pouco ocupado (ou sem saco ou esquecido) nos últimos tempos para escrever algo por aqui. Confesso que tive diversas idéias, mas não as consegui por em prática...até hoje.

Até hoje porque resolvi escrever um texto sobre algo que há muito tempo penso e discuto comigo mesmo: a situação do futebol no continente americano. Não no sentido tático-técnico, mas no estrutural. Quanto a estrutura de seu futebol e suas confederações e competições.

Como já sabemos, a América é dividida em 2 Federações: A CONMEBOL, que engloba os países da América do Sul, e tem como principais competições a Copa América (para seleções), a Taça Libertadores e a Copa Sul-Americana (para times); e a CONCACAF, que engloba a América do Norte, a América Central, o Caribe e as Guianas (mais identificadas historicamente com o Caribe do que com a América do Sul), que tem como competições principais a Copa Ouro (para seleções) e a Copa dos Campeões (para times). Assim é a estrutura continental do continente americano no futebol.

Tudo isso seria perfeito se não fosse por uma coisa: a divisão em 2 Federações sucita adversidades no nível técnico e no nivel financeiro do esporte: todas as competições mais rentáveis estão com a CONMEBOL (em especial a Libertadores), muito em conta da presença massiva da TV, de times que atraem público e audiência e também patrocinadores (Toyota na Libertadores e Nissan na Sul-Americana). Além disso, as principais forças históricas do continente são do lado sul (Brasil, Argentina e Uruguai). Notavelmente, são desses países, principalmente, de onde saem vários dos principais jogadores das equipes européias atualmente. Além disso, países como Equador, Paraguai, Chile e Colômbia tem demonstrado força em competições locais desde quase sempre, realizando uma feroz disputa com a "tríade do Cone Sul"

Ao contrário da CONCACAF, que vê um duo EUA/México "dominando" o futebol por lá, com alguma concorrência da Costa Rica e de alguma equipe da parte continental da América Central. Com raras exceções, o Caribe (e o Canadá) são sempre postos de lado em favoritismo em disputas regionais. A falta de uma grande concorrência local, aliada a pouca rentabilidade de seus torneios põem a parte norte do continente em segundo plano no mundo futebolístico.

As equipes mexicanas notaram isso, e, desde 1998 passaram a enviar representantes para a Libertadores. Entre 1998 e 2003, disputaram uma fase preliminar com equipes da Venezuela, e em quase todas, superando os seguidores da Vinotinto. A partir de 2004, aparecem direto na competição, quase sempre chegando nas fases finais: o ápice foi em 2001 quando o Cruz Azul foi vice, perdendo do Boca Juniors na final. Apesar da rentabilidade e da melhor concorrência técnica, os times mexicanos não poderiam tomar parte do Mundial Interclubes (e agora da vaga sul-americana do Mundial da FIFA), porque eram apenas convidados da CONMEBOL na competição. E desde 2005, times mexicanos e dos EUA disputam a Copa Sul-Americana, com o Pumas UNAM chegando a final. E perdendo para o Boca nos pênaltis.

Enquanto isso, os mexicanos continuavam a disputar as competições de clubes caseiras, mas desinteressados. Como a principal competição de clubes da CONCACAF não tem muito do charme e da tradição da Libertadores, os clubes mexicanos algumas vezes escalavam seus times reservas nas partidas. Já nas competições de seleções, não se vê tanto "marasmo". Apesar de nos últmos anos equipes de fora da CONMEBOL disputarem a Copa América e da Copa Ouro ter convidados de fora da CONCACAF (o Brasil entre eles), as duas competições permanceram "intactas" em sua parte técnica (tá, o fato de algumas vezes times reservas disputarem esses campeonatos também vale como crítica).

Como lidar com duas federações em um continente só: a "principal", que vê cada vez mais o domínio de dois países contra o "resto" que guerreia pelo segundo escalão e a "secundária", que vê um de seus membros mais fortes preferir disputar as competições da "principal" do que prestigiar os campeonatos feitos pela mesma? A solução mais viável seria a unificação de ambas as confederações, criando assim, uma confederação pan-americana de futebol que lidasse com as competições continentais de modo unficado e simples.

É a mais viável, mas não a mais simples. Embora o dono deste blog é altamente favorável a fusão de CONMEBOL e CONCACAF, diversas coisas tem de ser analisadas antes de se ter uma opinião criteriosa sobre o assunto (sim, falei bem bonito). Uma delas é a "relação de poder" entre os membros de ambas as confederações.

Os países da América Central (exceto a Costa Rica) teriam a concorrência de países como Colômbia e Equador na disputa pelo setor intermediário continental. A presença de países da América do Sul seria de fato interessante como adversários a estas seleções, já que estão mais acostumados a enfrentar times de maior porte em competições (nenhuma ofensa aos membros da CONCACAF). Mas também significaria a perda da "hegemonia local", já que agora teriam que jogar contra equipes da América do Sul, na luta pelos escalões menores do continente. Sem falar que o Caribe continuaria mais "atrasado" futebolísticamente do que nunca, a não ser que a presença de sul-americanos comece a excitar um trabalho sério e de peso em lugares como Jamaica e Trinidad e Tobago, que recentemente foram a Copa do Mundo.

A divisão de poder entre os dirigentes teria de ser feita cuidadosamente para não haver problemas e rusgas entre as duas regiões. Nicolás Leoz e cia., que comandam o futebol sul-americano, não aceitariam perder espaço para o pessoal da CONCACAF. Seria importante minar brigas entre os "donos" do futebol nas duas partes da América.

Já no campo relacionado as competições, a fusão traria coisas bastante interessantes: Finalmente a Libertadores justificaria ser "da América", com a entrada dos times da parte norte-central-caribenha do continente, assim como a Copa Sul-Americana assumiria de vez o título de Pan-Americana (que seria o original da competição). Os times mexicanos entrariam realmente fortes na competição, assim como haveria a estréia efetiva das equipes da MLS (a liga dos EUA) no campeonato. Para os "yankees", seria a prova definitiva enfrentar as equipes do sul e mostrar o crescimento do "soccer" nas bandas de George W.Bush. Além disso, seria muito proveitoso financeiramente, com a provável entrada de patrocinadores americanos.

A estrutura de competições de clubes seguiria mais ou menos a estrutura da UEFA. Fases preliminares, onde estariam principalmente os times de países alternativos do continente, uma fase de grupos normal (onde entrariam as principais forças) e mata-mata. A Copa Sul-Americana (que seria Pan) seguiria o modelo de mata-matas da Copa da UEFA (apesar dela usar grupos atualmente).

Já no caso de seleções, haveria a "verdadeira" Copa América, com eliminatórias locais (nos moldes da Eurocopa), que classificariam os times para a competição propriamente dita. Com um critério fundamentado de verdade, a Copa América poderia finalmente atrair o interesse público neste formato. As Eliminatórias para a Copa do Mundo também seriam repensadas, tanto na divisão de grupos quanto no formato de classificação para o Mundial. Neste caso, se encaixam as vagas para o Mundial de Clubes da FIFA.

Os caminhos e problemas a trilhar para que o futebol continental seja mais coeso e interessante para ambos os lados são muitos, mas não custaria ter um pouco mais de visão dos fatos e entender que lugares como a Europa e a Ásia conseguem administrar (do seu jeito) muitos afiliados em suas confederações, sem problemas maiores. Claro, não querendo comparar realidades diversas. Mas é importante saber que há assuntos que poderiam ser discutidos sem nenhum problema por jornalistas e fãs de futebol, mas ainda não o são.

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Quem quiser dar seu pitaco no assunto use a caixa de comentários da postagem. É grátis e você poderá ser ouvido por todo o Brasil (e o mundo)

Ouvindo Nick Lachey - What's Left of Me

sábado, julho 01, 2006

Onyx: Bonitinha, mas não deu certo...


Muitas equipes entram no circo da Fórmula 1 como promessas de grandes equipes ou que poderiam ser vencedoras, mas nunca conseguem chegar lá de fato. No circo atual, temos dois exemplos principais: A BAR/Honda (que nasceu para ser vencedora e até agora não venceu nenhuma corrida) e a Toyota (maior orçamento da F1, mas que não serviu pra nada). Antigamente, a coisa era parecida, mas haviam outros fatores envolvidos na jogada: um ano de carro ou motor ruim, péssima escolha de pilotos, falta de grana ou por péssima administração. Neste episódio, veremos o caso da Onyx, que tinha tudo pra dar certo, mas sempre tem algo pra ferrar tudo.

Os primórdios da equipe vem dos anos 70, quando Mike Earle e Greg Field criaram a Church Farm Racing, na Inglaterra, e começaram a correr na Fórmula 3, Fórmula 2 e Fórmula 5000 Inglesa. Depois de um tempo, se juntaram ao piloto inglês David Purley, e fundaram a LEC, que era o nome da empresa de produtos de refrigeração da família de Purley (e principal patrocinadora do time). O time começou a correr em categorias menores, com algum sucesso, e logo depois criaram um time de F1, que correu as temporadas de 1977 e 1978, sem sucesso.

Depois do fim da LEC, Earle and Field resolveram criar uma equipe para disputar o campeonato europeu da F2, a Onyx Racing Engineering, localizada em Littlehampton (ING). Entre 1979 e 1984 a Onyx teve vários pilotos em seu cast, como Johnny Ceccoto, Emilio de Villota, Riccardo Palleti, Beppe Gabbiani, Mike Thackwell e Roberto Moreno, correndo com chassis da March. Os melhores resultados foram o título e vice da F2 de 1984, com Thackwell e Moreno, respectivamente, vencedor e vice-campeão. Quando a F2 foi substituída pela F3000, em 1985, a Onyx continuou no campeonato, chegando ao ápice com o título do italiano Stefano Modena, em 1987. E em 1988, Earle já estava querendo o "algo mais". (F1, né)

No final daquele ano, Paul Shakespeare havia conseguido ser o sócio majoritário do time, o que começou a dar asas ao sonho de Earle de correr na categoria máxima do automobilismo. Martin Dickson foi contratado como diretor da equipe, que conseguiu patrocínios da Marlboro (que tinha sua marca em quase todas as equipes da época) e da Monetyron, uma empresa que pertencia ao excêntrico milionário belga Jean-Paul Van Rossem. Van Rossem, aliás, comprou a parte que pertencia a Shakespeare no time e passou a ser a voz principal da equipe. O típico Ford Cosworth seria o motor do time e a Goodyear ficaria encarregada dos pneus. Alan Jenkins seria o cara que faria o carro.

Disso surgiu o ORE-1, um carro de desing interessante e de combinação de cores um tanto bizarra: azul-escuro, às vezes um pouco perto de roxo, um pouco de rosa e uma faixa branca no meio. Para seus pilotos, Earle chamou o veterano sueco Stefan Johansson, ex-Ferrari, McLaren e Ligier, e o belga Bertrand Gachot, um novato que veio através do dinheiro da Moneytron (acha que só hoje esse tipo de coisa existia?). Com tudo pronto, a Onyx se tornaria a única equipe a estrear em 1989.

Logo no começo, algo um tanto notável: o carro só ficou pronto nas vésperas do início da temporada, que seria no Brasil. Portanto, tão logo foi lançado, os ORE-1 já embarcaram para o Rio de Janeiro enfrentar a pré-qualificação. O carro só ficou 100% nos boxes de Jacarepaguá, e por isso, Johansson e Gachot não se classificaram para o treino de sexta-feira em sua estréia na F1. Tampouco o fizeram em Ímola e em Monte-Carlo, mas nestas corridas melhoraram um pouco o desempenho. Tudo mudou no México, quando Johansson passou pela guerra da quinta-feira (tá, não era, mas é só pra você ter uma idéia), e conseguiu largar em 21o, a frente de caras como Eddie Cheever, Pierlugi Martini, René Arnoux e do tri-campeão mundial Nelson Piquet. Mas um problema mecânico o tirou daquela prova.

Greg Field substiuiu Dickson da direção da equipe no GP dos EUA, nas ruas de curvas em ângulo reto de Phoenix. Johansson de novo conseguiu seu lugar no grid, em 19o, mas um problema na suspensão frontal o tirou da corrida. E no Canadá ele voltaria ao grid, dessa vez em 18o, mas ele acabou desqualificado da corrida, por causa de um problema numa peça do carro. Enquanto isso Gachot penava e não saía da pré-qualificação. E Van Rossem gastava seu dinheiro com companhia feminina, trazida da Europa via avião.

As coisas pareciam que mudariam de vez no GP da França em Paul Ricard, quando os dois carros saíram da pré-qualificação e largaram no grid: Gachot em 11o e Johansson em 13o. O belga fez uma bela disputa por pontos com Jean Alesi, mas problemas elétricos o fizeram terminar em um 13o lugar. Já Stefan Johansson fez uma bela corrida e mandou a sua Onyx para o 5o lugar, marcando os dois primeiros pontos da equipe na categoria. Seria o suficiente para deixar de vez a pré-qualificação e ir direto a sexta-feira brincar com os grandões...Só seria...

Em Silverstone, Johansson teve uma péssima quinta-feira e não foi para a qualificação normal, a qual Gachot foi (agora era a vez dele). O belga se classificou em 21o no grid, e terminou em 12o, por causa de problemas na direção. Mas o pior viria: Com as Minardis terminando na zona dos pontos, a Onyx não conseguiu pontuação suficiente para sair da pré-qualificação e teve que se conformar com a dura vida das quintas (que pra eles, já não era tão dura). Em Hockenheim, os dois carros passaram pela pré-qualificação, mas enquanto Gachot ficava de fora do grid, Johansson largou em 24o, abandonando por problemas nas rodas. Ambos botaram seus respectivos ORE-1 no grid do GP da Hungria (Gachot em 21o e Johansson em 24o), ambos traídos pelo câmbio. E eles estariam de volta nos lugares marcados na pista em Spa-Francochamps, com Gachot em 23o e Johansson em 15o. O belga teve que abandonar a corrida por problemas nas rodas, enquanto Johansson chegou em 8o. Enquanto isso, nos bastidores, Van Rossem ficava atordoado com a grana que ele tinha que gastar na F1 e avisou que ele deixaria a F1 se a Onyx não obtivesse os motores Porsche para 1991.

Mas além dos motores, o cara da grana tinha outro problema: Bertrand Gachot. Após ser a única Onyx no grid em Monza (21o, abandonando com problema no radiador), o belga reclamou em particular sobre a falta de treinos e a falta de confiança que o time tinha nele. Infelizmente pra ele, tudo o que ele falou acabou sendo publicado, e isso irritou Van Rossem e o pessoal da Onyx. Suspensão foi considerada, mas a solução foi a máxima: demissão. E Gachot acabou sendo mandado embora da equipe.

A Onyx não demorou em chamar um substituto: o finlandês Jyrkijarvi Lehto (mais conhecido nestas bandas como JJ Lehto), um protegido de Keke Rosberg (antes do Nico, claro). Lehto nem teve tempo de testar o carro (ele era piloto de testes na Ferrari), e logo se mandou para Estoril, disputar o GP de Portugal. Sem qualquer intimidade com a máquina, ele ficou de fora da qualificação de sexta-feira. O que não foi o caso de Johansson...

Foi justamente em Portugal que o sueco fez a Onyx brilhar: Largou em 12o, e com uma estratégia de não parar para a troca de pneus, Johansson estava em terceiro. Mas foi ultrapassado pelas Williams, que acabaram abandonando a prova e o deixando de novo na zona do pódio. O que aconteceu! Com quase nenhum combustível e os pneus gastos até o talo, Johansson só ficou atrás do vencedor Gerhard Berger e do segundo Alain Prost na corrida. Um merecido pódio que poderia valer muito na temporada seguintem, tirando a Onyx da pré-qualificação, que começava a se tornar pequena para os carros azuis.

Mas como quase toda festa tem ressaca, ela veio em Jerez de la Frontera, com Johansson fora da qualificação, e Lehto indo parar no grid de largada, em 17o. Pena que o câmbio o tirou da corrida. Nenhuma das Onyx saiu da quinta-feira no GP do Japão, em Suzuka, e de novo Lehto seria a Onyx solitária, em 17o no grid do GP da Austrália, corrida final da temporada. Ele "causou" uma bandeira vermelha, ao bater num dos muros da pista de Adelaide, mas na relargada chegou a disputar pontos com Satoru Nakajima, mas o motor falhou e ele teve que abandonar a prova. No final, a equipe terminou em 10o no Mundial de Construtores, com Johansson em 11o no Mundial de pilotos, tudo graças ao carro regular e aos talentos administrativos da equipe.

Mas tudo começaria a ir por água abaixo ainda na temporada de 1989. Earle e Jo Chamberlain (sócio da equipe desde os anos 80) tiveram brigas com Van Rossem e deixaram a equipe. Depois, Field sairia de novo, deixando Jenkins a cuidar do dia-a-dia do time, e então Peter Rheinhardt chegou para assumir a gerência da equipe. Só que seria a vez de Van Rossem abandonar o barco. Sem conseguir um motor decente para 1991, ele põe a equipe a venda, alegando que sairia por causa das ligações nazistas de Jean-Marie Ballestre, então presidente da FISA. Com o time a venda, um comprador era esperado e ele surgiu...

Era Peter Monteverdi, um suíço colecionador de carros, ex-piloto e fabricante de carros fora de série. Ele comprou a maioria (50%) das ações do time e o resto (25% cada) foi divido entre o empresário suíço Karl Foitek, pai do piloto Gregor Foitek, e Bruno Frei, dono de uma loja de carros da Ferrari. Depois de pagar algumas dívidas, Monteverdi começou a montar sua equipe: Earle and Chamberlain voltaram a equipe e se juntaram a Rheinhardt no comando, mas Alan Jenkins tinha problemas com Earle e queria sair. Acabou demitido! E logo depois Rheinhardt, Earle, Chamberlain e boa parte do time saíram para cuidar dos seus negócios.

A temporada começou em Phoenix, com uma Onyx quase sem patrocinadores, e a dupla Johansson/Lehto mantida. Fora da pré-qualificação, os dois falharam o grid nas duas primeiras corridas do ano (EUA e Brasil). Depois Johansson saiu e deu lugar a Gregor Foitek (será que o Karl teve alguma coisa com isso?), e a Onyx seguiu para San Marino.

Em Ímola, a equipe estreou os ORE-1B, nada mais do que o carro de 1989 com revisões. No lugar do "Moneytron" de Van Rossem, o Monteverdi do Peter, e no lugar das faixas rodas, um verde-maçã bonitinho. Foitek finalmente estrearia na F1, e até que estrearia bem, largando em 23o lugar (Lehto foi 25o). Mas enquanto o suíço quebrava seu motor Ford, Johansson terminou em 12o lugar. Fora das pistas, um ingênuo Monteverdi tinha problemas com grana, Stefan Johansson e Alan Jenkins, e claro, um tempero judicial. Lá na Itália, ele pensava em mudar sua equipe para a Suiça, para torná-la parte de seu museu (como propaganda, claro).

Em Monaco Foitek superou Lehton novamente no grid (21o x 26o), mas os dois ficariam fora da corrida. Lehto por problemas no câmbio, e Foitek por colidir com Eric Bernard, enquanto disputavam o 6o lugar. No Canadá fizeram a décima-primeira fila: Foitek 21o e Lehto 22o, e seus motores os tiraram da corrida. No México, mais uma vez as Onyx entraram no grid, com Foitek em 23o e Lehto em 26o. Lehto ainda terminaria em 15o, mesmo com problemas no freio, e Lehto não terminaria por problemas de motor, apesar de ter feito uma bela corrida.

Mas se as coisas pareciam ir bem nas pistas, fora delas Peter Monteverdi sofria para manter o time. Sem qualquer noção de como se manter uma equipe de F1, ele parecia perdido na manutenção do time, e passava mais tempo trabalhando na mudança do time da Inglaterra para a Suíça, e na tentativa de mudar o nome da equipe de Onyx para Monteverdi. De volta as pistas, nenhuma das Onyx foi para o grid na França e na Inglaterra. A mudança de nome para Monteverdi só ocorreu no GP da Alemanha, com os dois carros de volta ao grid: Lehto em 25o e Foitek em 26o. Foitek abandonou após uma rodada e Lehto terminou sem se classificar na corrida. A situação estava ficando bem escandalosa, e ficaria ainda mais.

Devendo 400.000 libras para a Goodyear, Monteverdi sofria para montar os carros da equipe (uma piada dizia que ele buscava peças nos carros de seu museu), e por isso, nenhum de seus carros foi ao grid em Hungaroing. Com a situação financeira chegando ao limite, Karl Foitek pulou fora do time alegando que não deixaria seu filho dirigir um carro como aqueles. Praticamente sem grana, e as vésperas do GP da Bélgica, a Onyx fecha as portas, mesmo tendo preparado um carro para 1991, que Lehto havia testado por algum tempo.

E assim mais uma equipe se acaba por causa de dinheiro, gente incompetente e coisinhas bizarras no caminho

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O destino do pessoal da Onyx

Stefan Johansson: Correu algumas corridas por AGS e Footwork, antes de se mandar para os EUA fazer uma relativamente respeitável carreira de piloto e dono de equipe. Venceu as 24h de Le Mans em 1997.
Bertrand Gachot: Passou por Rial, Coloni, Jordan, Larrousse, Venturi e Pacific. Hoje é um rico empresário no ramo de bebidas energéticas.
Gregor Foitek: Depois de uma curta carreira nos sportcars e na F-Indy, desapareceu do cenário automobilístico
J.J. Lehto: Correu por Scuderia Italia/Dallara, Sauber e Benetton. Correu em Le Mans, corridas de sportscar nos EUA e em 2001 virou comentarista de TV nas corridas
Mike Earle: Tentou comprar a Brabham em 1990 e cuidou da coleção pessoal de carros do sultão de Brunei. Depois apareceu no BTCC (o campeonato britânico de carros de turismo) como dono de equipe.
Greg Field: Trabalhou na Lotus, Brabham e Benetton. Chegou a trabalhar um pouco na BAR, mas foi demitido em 1999
Jean-Pierre van Rossem: Chegou a ser um político e teve vários casos românticos. Escreveu uma auto-biografia
Peter Monteverdi: Voltou a sua vida de fabricante de carros fora de série, que você pode comprar se tiver grana pra caramba.

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FICHA

Nome: Moneytron Onyx Formula One (1989) e Monteverdi Onyx Formula One (1990)
Local: Inglaterra (1989) e Suíça (1990)
Temporadas: 2 (1989 e 1990)
Chefe: Mike Earle e Jean-Paul Van Rossem (1989) e Peter Monteverdi (1990)
Temporadas: 2 (1989/90)
Corridas: 24
Pontos: 6
Pilotos: Stefan Johansson (SUE, 1989/90), Bertrand Gachot (BEL, 1989), J.J Lehto (FIN, 1989/90) e Gregor Foitek (SUI, 1990)
Melhor colocação: 3o lugar (GP de Portugal, 1989, com Stefan Johansson)

Ouvindo: Ne-Yo - So Suik

FONTES
F1 Rejects
Chicane F1
Grandprix.com
Wikipedia

quarta-feira, junho 14, 2006

A Copa das Feiras (IV)

Depois de muito tempo (mesmo) chega ao último capitulo a história da Copa das Feiras, ou Fairs Cup. Nesta edição, falaremos dos dois últimos torneios realizados, jogos e fatos ocorridos durante a competição. A Copa chegava as proximidades dos anos 70 bastante mudada em relação ao começo...

1969/70

64 clubes disputaram A Fairs Cup de 1969/70, número bastante significativo em relação as edições anteriores. Com esse número, todas as equipes jogaram uma primeira fase cheia de clubes e de resultados considerados significativos para a competição.

O maior destaque da primeira fase foi a goleada imposta pelo Liverpool sobre o Dundalk no jogo de ida (10 a 0), resultado que classificou os Reds para a fase seguinte, sem precisar do jogo de volta (aliás, 4 a 0 para os ingleses). Nenhuma grande surpresa, a não ser o Slavia Sofia (BUL) eliminar o Valencia (2 a 0 e 1 a 1). Todos os considerados "grandes" passaram de fase, alguns com facilidade (como o Barcelona passando pelo B1913 com 4 a 0 e 2 a 0) e outros com certa dificuldade (A Juventus contra o Lokomotiv Plovdiv, com 3 a 1 e 2 a 1). Só para constar, o jogo entre Aris Salonica e Caglari (ITA) teve o jogo de volta abandonado quando os italianos venciam por 3 a 0. O time da Sardenha passou. Veja quem passou de fase e os eliminados (entre parênteses) : Arsenal (Glentoran), Newcastle (Dundee United), Liverpool (Dundalk), Újpesti (Partizan Belgrado), Club Brugge (Sabadell-ESP), Hertha Berlim (Las Palmas-ESP), Ruch Chorzów-POL (Wiener SC), Rouen-FRA (Twente-HOL), Vitória de Guimarães (Banik Ostrava-TCH), Sporting Lisboa (LASK-AUT), Carl Zeiss Jena-RDA (Altay-TUR), Raba ETO Gyor-HUN (Lausanne Sports), Southampton-ING (Rosenborg-NOR), Hansa Rostock-RDA (Panonios-GRE), Dinamo Bacau-ROM (Floriana-MLT), Slavia Sofia-BUL (Valencia), Internazionale (Sparta Praga), Juventus (Lokomotiv Plovdiv), Stuttgart (Malmö-SUE), Ajax (Hannover 96), Cagliari-ITA (Aris Salonica-GRE), Napoli (Metz-FRA), Barcelona (B1913-DIN), Gwardia Varsóvia-POL (Vojvodina Novi Sad), Dunfermline Athletic (Bordeaux), Kilmarnock (FC Zurich-SUI), Skeid-NOR (Munique 1860-ALE), Anderlecht-BEL (Valur-ISL), Royal Charleroi-BEL (NK Zagreb-IUG), Porto (Hvidovre-DIN), Coleraine-IRN (Jeunesse D'Esch-LUX) e Vitória de Setúbal (Rapid Bucareste-ROM).

Na segunda fase, duas eliminações consideráveis: A Juventus perdeu fora de casa para o Hertha Berlim (3 a 1) no jogo de ida e acabou fora da Fairs Cup empatando sem gols em casa. Juntando-se ao time veio o Liverpool, que caiu fora no gol fora de casa no confronto contra o Vitória de Setúbal. A derrota em Portugal custou muito aos Red, que venceram por 3 a 2 na Inglaterra, mas como os portugueses fizeram dois gols em Anfield Road, seguiram em frente no torneio. Outros dois times se qualificaram com este recurso: O Rouen (em cima do Royal Charleroi) e Újpesti (contra outro belga, o Club Brugge).
De resto tivemos classificações convicentes, como a do Anderlecht em cima do Coleraine (6 a 1 e 7 a 3), a do Southampton contra o Vitória de Guimarães (3 a 3 e 5 a 1) e a do Ajax contra o Ruch Chorzów (7 a 0 e 2 a 0). O Napoli sofreu para eliminar o Stuttgart do mesmo jeito que o Newcastle contra o Porto (empataram em 0 a 0 seus jogos de ida e venceram por 1 a 0 em casa na volta). O Dinamo Bacau quase fez o mesmo esquema, só fez mais um gol na partida de volta na Romênia (2 a 0), e o Arsenal fez 3 em Highbury contra o Sporting Lisboa. O Carl Zeiss Jena fez o preciso para desclassificar o Cagliari (2 a 0 e 1 a 0), assim como o Barcelona contra o Raba ETO Gyor (3 a 2 e 2 a 0) e o Dunfermline com o Gwardia Varsóvia (2 a 1 e 1 a 0). A Internazionale teve de reverter o placar desfavorável feito na Alemanha contra o Hansa Rostock (2 a 1), e fez bem, vencendo os alemães-orientais por 3 a 1. Só o Slavia Sofia não conseguiu reverter a desvantagem em casa imposta pelo Kilmarnock (4 a 1 escocês e 2 a 0 búlgaro).

As oitavas de final indicaram um clássico: Barcelona x Internazionale. Os nerazzuri tiveram certa dificuldade em vencer o Barcelona por 2 a 1 na Espanha, e também de garantir a vaga ao empatar em Milão por 1 a 1. Dificuldades estas que quase tiraram o Ajax do campeonato. Perdeu de 1 a 0 do Napoli na Itália e conseguiu levar o jogo para a prorrogação, onde goleou os italianos por 4 a 0.
Newcastle (contra o Southampton) e Anderlecht (contra o Dunfermline) passaram para as quartas pelo gol fora de casa. O Arsenal voltou da França com um empate sem gols e passou pelo Rouen com 1 a 0 na Inglaterra. Também tiveram que confirmar vitórias em casa após empates fora o supreeendente Dinamo Bacau (contra o Kilmarnock) e o Hertha Berlim (contra o Vitória de Setúbal). Só o Jena não temeu os húngaros do Újpest e passou de fase sem maiors problemas (1 a 0 e 3 a 0).

Só o Arsenal não teria de reverter resultados desvantajosos na ida para ser semifinalista. Bastou vencer duas vezes o Dinamo Bacau (2 a 0 e 7 a 1) e esperar os adversários. Em dois jogos difíceis, o Ajax perdeu na Alemanha Oriental para o Carl Zeiss Jena (3 a 1) e teve de golear (5 a 1) em Amsterdã para seguir em frente, tal qual a Internazionale fez (com mais dificuldade) com o Hertha Berlim (vitória alemã por 1 a 0 no primeiro jogo e 2 a 0 italiano na volta). O Anderlecht se submeteu de novo ao gol fora de casa para passar pelo Newcastle (venceu por 2 a 0 em Bruxelas e perdeu por 3 a 1 em Newcastle). Por causa do precioso gol na volta, os belgas foram semifinalistas.

Dois destinos iguais e diferentes aguardavam Mauves e Gunners nas semi-finais: o Arsenal venceu o Ajax por 3 a 0 em Highbury, e tornou muito inútil o 1 a 0 holandês na volta. Facilidade essa que o Anderlecht não encontrou ao enfrentar a Inter de Milão. Perdeu em casa o jogo de ida por 1 a 0, mas conseguiu um surpreendente 2 a 0 em Milão e alcançaria as finais da Fairs Cup 1969/70.

Finais que começariam em Bruxelas. E com um belo show do Anderlecht: Devrindt abriu o placar aos 25 do primeiro tempo, com Mulder aumentando aos 30. No segundo tempo Mulder fez 3 a 0 aos 29 minutos, e aos 37 Kennedy diminuiu o placar para os Gunners. O Placar favoreceria os belgas na partida de volta, em Londres, e nem o gol de Kelly com 25 minutos do primeiro tempo alterou a ordem. O jogo passou até 30 do segundo tempo, quando Radford empatou para os Gunners,e um minuto depois, Sammels desempataria e traria a Taça da Fairs Cup para Londres.
Em um feito histórico, o Arsenal viraria uma desvantagem quase impossível e levou pra casa a taça daquela que seria a penúltima edição da Fairs Cup.

1970/1
64 clubes se encontrariam naquela que seria a última edição da Fairs Cup. De um campeonato para abrigar times de cidades de feiras importantes, passou a ter times de feiras secundárias e até vice-campeões nacionais. Era uma competição que começava a mudar de foco e de cara. Estava preparada uma mudança.

A primeira fase testemunhou grandes goleadas, como Hamburgo 7 x 1 Gent (BEL), Hibernian 6 x 0 Malmö, Dinamo Zagreb 6 x 1 Barreirense (POR), AB (DIN) 7 x 0 Sliema Wanderers (MLT), Juventus 7 X 0 US Rumelange (LUX), e os destacantes 6 x 0 e 9 x 0 impostos pelo Sparta (HOL) contra o IÁ (ISL). Sem maiores zebras classificaram-se para a segunda fase (os eliminados por eles entre parênteses): Twente (AEK-GRE), Anderlecht (Zeljeznicar Sarajevo-IUG), Hamburgo (Gent-BEL), Eskisehirspor-TUR (Sevilla), Coleraine (Kilmarnock), Dundee United (Grasshopper-SUI), Leeds United (Sarpsborg-NOR), Spartak Trnava-TCH (Olympique de Marselha), FC Köln (Sedan-FRA), Vitória de Setubal (Lausanne-Sports), Hibernian (Malmö), Liverpool (Feréncvaros), Coventry-ING (Trakia Plovdiv-BUL), Arsenal (Lazio), Bayern de Munique (Glasgow Rangers), Dinamo Bucareste-ROM (PAOK-GRE), Pécsi Dózsa-HUN (Universitatea Craiova-ROM), Barcelona (GKS Katowice-POL), Beveren-BEL (Wiener SC), Sturm Graz-AUT (Ilves Tampere-FIN), Dinamo Zagreb (Barreirense-POR), Hajduk Split-IUG (Slavia Sofia), Valencia (Cork Hibernians-IRL), Sparta Praga (Athletic Bilbao), Dynamo Dresden-GDR (Partizan Belgrado), AB-DIN (Sliema Wanderers-MLT), Juventus (US Rumelange-LUX), Hertha Berlim (B1901-DIN), Fiorentina (Ruch Chorzów), Newcastle (Internazionale), Sparta-HOL (ÍA-ISL) e Vitória de Guimarães (Angoléume-FRA).

Na segunda fase, foi reservado um clássico: Barcelona x Juventus. No confronto, a Vecchia Signora se deu muito bem e passou pelo Barça por duplo 2 a 1. O Juventus se juntou ao Sparta (2 a 0 e 2 a 1 sobre o Coleraine), ao Colônia [FC Köln] (que passou com 2 a 1 e 1 a 0 pela Fiorentina), Liverpool (3 a 0 e 1 a 1 com o Dinamo Bucareste), Anderlecht (3 a 1 e 4 a 0 contra o AB) e o Beveren (1 a 0 e 1 a 1 contra o Valencia) como times que não precisaram reverter resultados para seguir em frente na Fairs Cup. Bayern de Munique (venceu por 6 a 1 na ida e perdeu de 2 a 1 na volta contra o Coventry), Sparta Praga (vitória de 3 a 0 e derrota de 1 a 0 para o Dundee United) e Dinamo Zagreb (vitória de 4 a 0 e derrota de 1 a 0 para o Hamburgo) perderam partidas mas isso não alterou a sua ida para as oitavas.
O resto teve de se virar para passar de fase: O Twente havia perdido de 3 a 2 para o Eskisehirspor na ida, mas em casa despachou os turcos com um demolidor 6 a 1. Bem que o Hertha Berlim venceu por 1 a 0 em casa o Spartak Trnava, mas na atual Eslováquia o time local fez 3 a 1 e passou de fase (se o Hertha fizesse mais um gol), situação parecida com a do Vitória de Guimarães que venceu em casa o Hibernian (2 a 1), mas como havia perdido por 2 a 0 na Escócia não foi a frente no campeonato.
O Arsenal teve a sorte de perder de "apenas" 1 a 0 na Áustria para o Sturm Graz, revertendo a vantagem ao vencer por 2 a 0 na partida de volta em Londres. O Vitória de Setúbal venceu em casa a primeira partida contra o Hajduk Split (2 a 0) e se deu ao luxo de perder na Croácia por 2 a 1 e ainda assim se classificar.
O Leeds United teve de recorrer ao gol fora de casa para passar pelo Dynamo Dresden. venceu por 1 a 0 na Inglaterra mas acabou perdendo na Alemanha Oriental (2 a 1). O gol precioso marcado lá o levou para a fase seguinte. Newcastle e Pésci Dósza tiveram de recorrer aos pênaltis após cada um vencer 1 jogo por 2 a 0. Melhor pros húngaros, que venceram por 5 a 3 nas penalidades e tiraram os Magpies (sim, uma surpresa).

As oitvas de final assistiram o começo do favoritismo do Leeds United na competição: Eliminou com estilo o Sparta Praga (6 a 0 e 3 a 2). Tão estilosa também foi a goleada do Arsenal em Highbury no primeiro jogo contra o Beveren (4 a 0). Na Bélgica, um empate sem gols foi suficiente para levar os Gunners adiante. Também sem problemas passaram Bayern de Munique (2 a 1 e 3 a 1 contra o Sparta), FC Köln (1 a 0 e 3 a 0 contra o Spartak Trnava), Juventus (1 a 0 e 2 a 0 sobre o Pésci Dósza) e o Liverpool (1 a 0 e 2 a 0 sobre o Hibernian). O Twente empatou fora de casa com o Dinamo Zagreb (2 a 2) e teve de vencer em casa (1 a 0) para passar adiante. Já o Vitória de Setúbal teve dificuldades com o Anderlecht: 2 a 1 belga no jogo e de ida e um 3 a 1 na volta com prorrogação foram o necessário para os portugueses seguirem adiante.

Só o Liverpool conseguiu sair das quartas de final facilmente: um 3 a 0 e um 1 a 1 tiraram o Bayern de Munique do seu caminho. Caminho esse que quase complicou para o Leeds contra o Vitória de Setúbal (o time inglês passou com 2 a 1 e 1 a 1). O Colônia passou pelo Arsenal através do gol fora (perdeu de 2 a 1 em Londres e venceu por 1 a 0 na Alemanha...o gol feito em Highbury ajudou muito). A Juventus até venceu bem o Twente em casa (2 a 0), mas na Holanda teve de levar para a prorrogação e empatar um jogo na marra (2 a 2) para ser semifinalista.

Nas semifinais num autêntico clássico inglês, o Leeds despachou a Juventus (1 a 0 e 0 a 0). A Juventus empatou na Alemanha contra O FC Köln (1 a 1) e venceu por 2 a 0 em casa para se tornar finalista da Fairs Cup.
A primeira partida da final era para ser realizada em 26 de maio de 1971, mas no começo do segundo tempo as más condições do campo obrigaram o jogo a ser interrompido a recomeçar dois dias depois (a partida foi em Turim). Na partida recomeçada, Bettega saiu na frente para os donos da casa aos 27 de jogo, e assim seguiu o primeiro tempo. No segundo, Madeley empata aos 3 para o Leeds mas Capello (o Fabio) desempata para a Juve com 10min. Bates aos 32 empata de novo e o jogo termina 2 a 2.
A Partida de volta na Inglaterra é resolvida toda no primeiro tempo: Clark marca aos 12 minutos para o Leeds, e Anastasi empata aos 20 para a Juventus. O resto do jogo a Juve tenta o gol de desempate mas é inútil. Ao final, o Leeds United venceria a última Fairs Cup realizada (a sua 2a taça) e levaria o troféu para a Inglaterra, consagrando um sequencia de 4 títulos para os ingleses. E assim terminaria a história da Fairs Cup...

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Bem, na verdade não terminou desse jeito. Na temporada 1971/2, a UEFA assume a organização da Fairs Cup e a renomeia Copa da UEFA, com novo critério de classificação e nova taça. Para definir quem ficaria com a taça da Fairs Cup, Barcelona (primeiro vencedor) e Leeds (último) jogariam em jogo único pelo direito de ficar definitivamente com o troféu (além disso, eram os melhores times no ranking da competição desde o começo). Com 2 gols de Duenas, e Jordan descontando para o Leeds, o Barça ganhou o play-off e levou pra casa a taça, como um "enterro simbólico, mas digno" da competição

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RECORDES

Maior Goleada:
FC Köln 13 x 0 US Luxembourg (1965/6)

Maior Vitória em placar agregado:
FC Köln x US Luxembourg (17 x 0 no agrefado, 1965/6)

Maior Número de gols em uma partida
FC Köln 13 x US Luxembourg (13 gols, 1965/6)

Recorde de participações consecutivas
Roma (de 1958/60 a 1965/6) e Wiener SC (1964/5 a 1970/1)

CAMPEÕES E VICES

1955/58
Barcelona (ESP)/Seleção de Londres (ING)

1958/60
Barcelona (ESP)/Birmingham City (ING)

1960/1
Roma (ITA)/Birmingham City (ING)

1961/2
Valencia (ESP)/Barcelona (ESP)

1962/3
Valencia (ESP)/Dinamo Zagreb (IUG)

1963/4
Zaragoza (ESP)/Valencia (ESP)

1964/5
Ferencváros (HUN)/Juventus (ITA)

1965/6
Barcelona (ESP)/Zaragoza (ESP)

1966/7
Dinamo Zagreb (IUG)/Leeds United (ING)

1967/8
Leeds United (ING)/Ferencváros (HUN)

1968/9
Newcastle (ING)/Újpest (HUN)

1969/70
Arsenal (ING)/Anderlecht (BEL)]

1970/1
Leeds United (ING)/Juventus (ITA)

FONTES

UEFA
Wikipedia
RSSSF

sexta-feira, maio 26, 2006

A Copa das Feiras (III)

Está é a terceira parte da história da Fairs Cup, com mais detalhes desta história

1966/7

48 times se qualificam para a disputa da Fairs Cup 1966/7, e o alto número obrigou a mais times se qualificando automáticamente para a segunda fase. Toulouse, Dundee United, Barcelona, Vitória de Setúbal, B1909, Lausanne-Sports, Hvidovre (DIN), Gent (BEL), Kilmarnock (ESC), Spartak Plovdiv (BUL), Benfica, RFC Liegeois, Sparta Praga, West Bromwich, DWS (HOL) e Leeds United foram agraciados com a vaga automática, e o resto dos times teve que buscar jogando.

Uma primeira fase sem muitas supresas, que assistiu o Dunfermline passar fácil pelos noruegueses do Frigg (3 a 1 nas duas partidas), o Juventus passar pelo Aris Salonica (2 a 0 e 5 a 0), o Napoli eliminar o Wiener SC (2 a 1 e 3 a 1), o Eintracht Frankfurt passar fácil pelo Drumcondra (2 a 0 e 6 a 1), o Royal Antwerp ter um pouco de dificuldade com o Union Luxembourg (1 a 0 nos dois jogos), o Lokomotive Leipzig (RDA) também passar pelos suecos do Djurgarden (3 a 1 e 2 a 1). O Bologna venceria o Göztepe (2 a 1 e 3 a 1) e o Valencia pelo Nürnberg (2 a 1 e 2 a 0). O Dinamo Pitesti (ROM) venceu em casa o Sevilla (2 a 0), e bastou empatar na Espanha (2 a 2) para seguir em frente. Já Burnley (ING), Feréncvaros, Orgryte (SUE) e DOS Utrecht precisaram empatar fora, para vencer respectivavemnte Stuttgart, Olimpija Ljubliana (IUG), Nice e Basel. O Estrela Vermelha goleou o Athletic Bilbao em Belgrado (5 a 0), tornando o 2 a 0 na volta imprestável para os bascos. Dínamo Zagreb (IUG) teve que se submeter ao sorteio para vencer o Spartak Brno, depois de cada time ter vencido um jogo por 2 a 0. Mesmo procedimento que classificou o Bordeaux no confronto com o Porto (3 a 1 pra cada lado).

Na segunda fase, o destino dos classificados antecipadamente foi: Toulouse surpreendentemente desclassificado pelo Dinamo Pitesti (venceu por 3 a 0 na França mas acabou perdendo por 5 a 1 na partida de volta). Outra eliminação chocante foi a do Barcelona, como algoz o Dundee United (2 a 1 e 2 a 0 pros escoceses). Já o Vitória de Setúbal não teve forças para vencer a Juventus (3 a 1 e 2 a 0), assim como o Lausanne-Sports, humilhado pelo Burnley (3 a 1 e 5 a 0). O B1909 também cairia no confronto contra outro time italiano, o Napoli (4 a 1 e 2 a 1). Falta de sorte que não faltou para o Kilmarnock contra o Royal Antwerp (1 a 0 e 7 a 2), e nem para o Gent contra o Bordeaux (1 a 0 em casa e 0 a 0 fora). O Benfica eliminou o Spartak Plovdiv com uma vitória na Luz (3 a 0) após ter empatado por 1 a 1 na ida. O RFC Liegeois caiu diante do Lokomotive Leipzig (0 a 0 e 2 a 1), o Sparta Praga foi eliminado pelo Bologna (2 a 2 e 3 a 1 para os italianos). O West Bromwich passou fácil pelo DOS (1 a 1 e 5 a 2), e coube ao Leeds fazer 2 a 0 nos confrontos ingleses x holandeses ao desclassificar o DWS (3 a 1 e 5 a 1).
Nos outros confrontos, o Dinamo Zagreb eliminou nos gols fora o Dunfermline (4 a 2 pros escoceses na ida, e 2 a 0 para os croatas em Zagreb). O Feréncvaros, depois de empatar sem gols contra o Örgryte na ida, eliminou os suecos de goleada (7 a 1), coisa que o Frankfurt fez contra o Hvidovre, mas na partida de ida (5 a 1 e 2 a 2). Coube ao Valencia eliminar o Crvena Zvezda (nome original do Estrela Vermelha), com 1 a 0 na Espanha e 2 a 1 na Iugoslávia.

Algumas coisas interessantes ocorreram na terceira fase: O Burnley eliminando o Napoli (3 a 0 e 0 a 0), o Feréncvaros sendo desclassificado pelo Eintracht Frankfurt (vitória alemã-ocidental por 4 a 1 na ida e húngara por 2 a 1 na volta), e o Lokomotive Leipzig desclassificando o Benfica (3 a 1 alemão-oriental na ida e 2 a 1 português na volta). Já o Dínamo Zagreb precisou de um simples gol na Romênia para suprerar o Dinamo Pitesti (1 a 0 e 0 a 0). A Juve passou pelo Dundee United (3 a 0 para os italianos na ida e 1 a 0 escocês na volta), o Bologna bateu o West Bromwich (3 a 0 e 3 a 1) e o Leeds passou pelo Valencia (1 a 1 e 2 a 0). o Kilmarnock bateu o Gent por 1 a 0 na partida de ida, mas precisou ira a prorrogação para passar pelos belgas, pelo placar de 2 a 1.

E mais resultados surpreendentes na quartas de final. Dinamo Zagreb e Juventus fizeram uma boa partida, empatando por 2 a 2 em Turim, mas na volta os croatas fazem 3 a 0 e eliminam a Velha Senhora da Fairs Cup. O Burnley cairia diante do Eintracht Frankfurt (1 a 1 e 2 a 1 para os germânicos), e o Kilmarnock devolveria com juros a derrota da ida para o Lokomotive Leipzig (1 a 0 alemão-oriental e 2 a 0 escocês). O Leeds United teve de recorrer a moedinha para eliminar o Bologna. Ambos fizeram 1 a 0 em suas partidas, e não houve desempate no tempo extra, então o sorteio deu "razão" aos ingleses.

No "clássico britânico" das semifinais, bastou ao Leeds golear o Kilmarnock em Elland Road (4 a 2) na primeira partida e empatar sem gols na Escócia para se tornar finalista. Eintracht Frankfurt e Dinamo Zagreb fizeram dois jogos interessantes: os alemães venceram por 3 a 0 na ida, e os iugoslavos foram até a prorrogação para devolver o placar e ainda mais, vencendo por 4 a 0 e seguindo rumo as finais.

O jogo de ida da final foi em Zagreb. O Dinamo marcou o primeiro gol aos 39 do primeiro tempo com Cercek, e aumentou a vantagem com Rora, aos 14 do segundo tempo. O placar da primeira partida terminou 2 a 0 para os croatas. Na volta, o Leeds foi forte, mas o Dinamo fez sua parte e manteve o 0 a 0 até o final, sagrando-se campeão da Fairs Cup. A taça voltava ao Leste Europeu.

1967/8

A Fairs Cup de 1967/8 manteve o número de 48 times da edição anterior, com novas entradas, e sem precisar de byes para a segunda fase. Portanto, de novo nos focaremos nos quadrifinalistas desta edição da Taça.
O vice-campeão do ano anterior, o Leeds United começou muito bem sua saga na competição, goleando por 2 vezes o Spora Luxembourg (9 a 0 e 7 a 0). Ainda passou sem problemas pelo Partizan Belgrado (2 a 1 e 1 a 1), e pelo Hibernian (1 a 0 e 1 a 1). O Glasgow Rangers estreou desclassificando o Dynamo Dresden (RDA) (1 a 1 e 2 a 1 para os escoceses), venceu o FC Köln na primeira partida da 2a fase (3 a o), mas contou com um gol salvador e evitou a eliminação na segunda partida (vitória do Colônia por 3 a 1), e conseguiu classificação automática pras quartas-de-final.
O Dundee (não é o United) estreou perdendo de 2 a 1 para o DWS Amsterdam (HOL), mas aplicou 3 a 0 na partida de volta e passou a frente. Seguiu desclassifcando o RFC Liegeois (3 a 1 e 4 a 1), e também recebeu vaga direta as quartas-de-final.
O FC Zurich conseguiu logo de cara uma façanha: eliminar o Barcelona, vencendo em casa por 3 a 1 e sofrendo uma inútil derrota de 1 a 0 na Catalunha. Eliminou na regra dos gols fora o Nottingham Forest (perdeu de 2 a 1 na Inglaterra e venceu por 1 a 0 na Suíça). Na terceira fase a vítima foi o Sporting (POR) (3 a 0 suíço na ida e 1 a 0 português na volta).
O Bologna eliminou o Lyn (NOR) na primeira fase (2 a 0 e 0 a 0), precisou ir até Zagreb para tirar as chances do bi do Dinamo local (0 a 0 e 2 a 1) e se deu bem ao obter a vaga direta. O participante inusitado era o Vojvodina Novi Sad (IUG). Estreou eliminando o Cuf Barreiro (POR) (1 a 0 e 3 a 1), empatou na ida contra o Lokomotive Leipzig (0 a 0), mas derrotou os alemães-orientais fora de casa (2 a O) e seguiu em frente, para eliminar os turcos do Göztepe com um duplo 1 a 0.
Quase que o Arges Pitesti (ROM) complicou a vida do Feréncvaros, vencendo a partida de ida por 3 a 1, porém foram goleados em Budapeste por 4 a 0 e deixaram os húngaros seguirem para eliminar o Zaragoza. Mas de novo tiveram que lidar com desvantagem, perdendo de 2 a 1 na primeira partida e vencendo por 3 a 0 na volta. Só tiveram desanso na terceira fase, eliminando o Liverpool por um duplo 1 a 0.
No caminho do Athletic Bilbao tivemos os dinamarqueses do Frem, desclassificados pelos bascos (1 a 0 e 3 a 2) e o Bordeaux (vitórias espanholas por 3 a 1 e 1 a 0). Na terceira fase ganhou classificação automática.

As quartas-de-final se desenharam assim: um duplo 1 a 0 classificou o Dundee frente ao FC Zurich, assim como um duplo 2 a 1 fez o Feréncvaros passar pelo Athletic Bilbao. Empates de 0 a 0 no jogo de ida e vitórias de 2 a 0 na volta classificaram o Leeds United contra o Rangers e o Bologna contra o Vojvodina.

Nas semifinais, o Leeds foi para sua segunda final ao passar pelo Dundee (1 a 1 e 1 a 0 inglês). O Feréncvaros venceu em casa o Bologna por 3 a 2 e se garantiu nas finais ao empatar em 2 a 2 na Itália. A primeira partida das finais (em Leeds) teve apenas um gol, que foi o dos donos da casa com 41 minutos de jogo. O gol de vitória (e que seria mais tarde do título) foi de Jones. Na partida de volta, em Budapeste, a partida se encaminhou a um calmo empate que garantiu o título ao Leeds, e depois de várias tentativas, a primeira conquista inglesa na Fairs Cup, depois de vários vices. Seria a primeira de 4 consecutivas.

1968/9
A Fairs Cup começava a se desenhar longe do propósito inicial. A Copa passava a aceitar os vice-campeões de alguns países, começando a ser apelidada de "Runners-Up Cup" (Copa dos Vices). 60 times apareceram para se enfrentar pela taça, e isso nos obriga a nos dirigir até as quartas-de-final.
Pra tentar defender o título, o Leeds estreou empatando com o Standard Liège (BEL) por 0 a 0, na casa do adversário. Uma vitória por 3 a 2 no Elland Road bastou para os ingleses seguirem em frente. Na segunda fase veio o Napoli, e na primeira partida vitória do Leeds por 2 a 0. Já na partida de volta os napolitanos devolveram o placar e levaram a partida para a decisão no sorteio. Vitória dos ingleses, que enfrentaram o Hannover 96 na terceira fase. Duas vitórias (5 a 1 e 2 a 1) classificaram o Leeds para as quartas-de-final. Os húngaros do Újpest nem precisaram entrar em campo para se classificar. O US Luxembourg desistiu da competição, provocando a vitória por WO e a classificação "automática". Na segunda fase, vida fácil contra o Aris (GRE) (2 a 1 e 9 a 1), vitórias que o qualificaram para enfrentar o Legia Varsóvia (POL). Vitória húngara por 1 a 0 na capital polonesa e empate por 2 a 2 na Hungria os botaram nas quartas.
O Caminho do Newcastle teve pela frente o Feyenoord. 4 a 0 dos magpies na ida tornaram o 2 a 0 dos holandeses em Roterdã sem valor. O próximo adversário do Newcastle foi o Sporting Lisboa, com dois jogos bastante duros, mas os inglses seguiram em frente (1 a 1 e 1 a 0) para encarar o Zaragoza na terceira fase. Vitória espanhola por 3 a 2 no jogo de ida dificultou as coisas, mas a vitória inglesa por 2 a 1 provocou a classificação do Newcastle para as quartas devido ao gol fora.
O Vitória de Setúbal estreou na Fairs Cup contra o Linfield (IRN), que foi eliminado com duas vitórias (3 a 0 e 3 a 1), logo depois se seguindo o Lyon. Bem longe do que é atualmente, os lioneses não foram páreo para o time português (5 a 0 e 2 a 1). Na terceira fase uma pedreira: a Fiorentina. O Vitória venceu em casa por 3 a 0 o jogo de ida e perdeu de 2 a 1 na Itália o jogo de volta, mas foi quadrifinalista mesmo assim. O Glasgow Rangers começou eliminando o Vojvodina Novi Sad (vitória escocesa por 2 a 0 e vitória iugoslava por 1 a 0), depois passou sem problemas pelo Dundalk (IRL) (6 a 1 e 3 a 0) e pelo DWS (2 a 0 e 2 a 1). O Athletic Bilbao precisou da moedinha para eliminar o Liverpool (2 a 1 pra cada lado nas duas partidas), teve que suar para eliminar o Panathinaikos (0 a 0 na ida e 1 a 0 para os bascos na volta) e o Eintracht Frankfurt (1 a 0 e 1 a 1).
O Göztepe foi o estranho no ninho dessa vez: foi ao sorteio para eliminar o Olympique de Marselha(2 a 0 pra cada um), quase passou sufoco diante do Arges Pitesti (venceu o primeiro jogo por 3 a 0 mas perdeu o segundo por 3 a 2), e tirou no gol fora o OFK Belgrado (vitória iugoslava por 3 a 1 na ida e turca por 2 a 0 na volta). O Hamburgo não teve vida complicada na primeira fase, passando pelo Metz (4 a 1 e 3 a 2), pelo Slavia Praga (4 a 1 alemão na ida e 3 a 1 tchecoeslovaco na volta) e tirou no gol fora o Hibernian (ESC) (vitória alemã por 1 a 0 na ida e escocesa por 2 a 1 na volta).

Um inacreditável WO foi a atração das quartas-de-final: O Göztepe passou sem jogar pelo Hamburgo, que desistira da competição. Dos que ficaram, o Újpest acabou com o sonho do bi do Leeds (1 a 0 e 2 a 0), o Newcastle se classificou em cima do Vitória de Setúbal (5 a 1 alemão na ida e 3 a 1 lusitano na volta, partida disputada em Lisboa). E o Rangers tirou o Athletic Bilbao (4 a 1 escocês na ida e 2 a 0 basco na volta).

Sem fazer muita força o Újpest foi as finais vencendo o Göztepe (4 a 1 e 4 a 0). O Newcastle suou mas passou pelo Rangers (0 a 0 e 2 a 0). No primeiro jogo das finais, na Inglaterra, os gols só saíram na segunda etapa: Moncur aos 18 e 27 e Scott aos 38 minutos garantiram o 3 a 0 do Newcastle. Na volta (em Budapeste), o Újpest foi pra cima e terminou a primeira etapa vencendo por 2 a 0 (Bene aos 31 e Gorocs aos 44). Bastou o segundo tempo começar e as chances do Dosza acabarem, graças ao gol de Moncur com 1' da etapa final. Arentoft (aos 5) e Foggon (aos 29) fecharam o placar e concederam o título ao time do norte da Inglaterra. E o segundo título consecutivo inglês na Fairs Cup.

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Faltam apenas 2 edições para terminar a volta na história da competição, mas isso numa próxima vez.
Até

FONTES

Wikipedia
UEFA
RSSSF

quarta-feira, maio 17, 2006

A Copa das Feiras (II)

Depois de longa espera, a segunda parte da história da Fairs Cup, com mais fatos e resultados interessantes.

1963/4

A Fairs Cup prosseguiu na temporada 1963/4, com a adição de mais times e cidades. Dessa vez só Copenhague levou uma equipe puramente municipal, todas as outras já eram times "normais". Por isso, o torneio começou a ganhar uma cara mais "profissional".

Indo aos resultados, não houve muitas surpresas na primeira fase: o Zaragoza passou sem dificuldades pelo Iraklis (GRE) (3 a 0 e 6 a 1), assim como o Partick (ESC) pelo Glentoran (IRN) (4 a 1 e 3 a 0). O Sheffield Wednesday repetiu o mesmo placar (4 a 1) nas duas partidas contra o DOS Utrecht (HOL), e o Belenenses fez quase isso contra o Tresnvjeka Zagreb (IUG) (2 a 0 e 2 a 1). A Roma eliminou o Hertha Berlim (3 a 1 e 2 a 0), o Lokomotiv Plovdiv (BUL) tirou os romenos do Steagul Rosu Brasov (3 a 1 e 2 a 1), e o Rapid Viena eliminou o Racing Paris (1 a 0 e 3 a 2).
Porto e Atlético de Madrid tiveram encontros interessantes, que penderam para os colchoneros (2 a 1 e 0 a 0). O RFC Liegeois precisou vencer em Luxemburgo o Aris Bonnevoie (2 a 0) no primeiro jogo e empatar em casa (0 a 0) pra passar de fase, e o Colônia não teve dificuldades com o Gent (BEL) (3 a 1 e 0 a 0). O Ujpést teve que levar a decisão para o segundo jogo em casa para eliminar o Leipzig (0 a 0 e 3 a 2), assim como o Valência, que depois de vencer o Shamrock Roves (IRL) por 1 a 0 no jogo dia, o eliminou com um empate de 2 a 2. O Spartak Brno também passou fácil pelo Servette (5 a 0 e 2 a 1)
Já o Arsenal viveu momentos adversos: goleou a seleção de Copenhague por 7 a 1 na capital dinamarquesa, e perdeu por 3 a 2 em Londres, mas mesmo assim levou a vaga. Lausanne e Hearts empataram ambos os jogos em 2 a 2, e levaram o jogo para o play-off na cidade suíça, onde os locais venceram na prorrogação por 3 a 2. Juventus e OFK Belgrado venceram em suas respectivas casas por 2 a 1 e realizaram a partida decisiva em Trieste. Melhor para a Juve, que venceu por 1 a 0 e se classificou.

A segunda fase proporcionou mais emoções e sorte para os espanhóis, com o Zaragoza eliminando o Lausanne (2 a 1 e 3 a 0) e o Valencia tirando o Rapid Viena (0 a 0 em Viena e 3 a 2 em Valência). Só o Atlético de Madrid não se deu bem, sendo eliminado pela Juventus (1 a 0 e 2 a 1). O outro italiano da fase, a Roma, garantiu a vaga às quartas de final passando pelo Belenenses (2 a 1 e 1 a 0). O Colônia passou dificuldades, mas passou pelo Sheffield Wednesday (3 a 2 e 2 a 1). O RFC Liegeois surpreendeu ao empatar com o Arsenal em Londres (1 a 1) e vencer em Liège (3 a 1). O Ujpést empatou em casa com o Lokomotiv Plovdiv (0 a 0), mas seguiu em frente com um 3 a 2 na Bulgária. Só o Spartak Brno teve um pouco de dificuldades ao enfrentar o Partick: perdeu na Escócia (3 a 2), mas goleou na Tchecoeslováquia (4 a 0) e se tornou quadrifinalista.

Nas quartas de final, a sorte ficou de novo do lado ibérico: o Zaragoza eliminou a Juventus (3 a 2 e 0 a 0), e o Valencia venceu o primeiro jogo contra o Ujpest (5 a 2). Quase perdeu a vaga com a vitória húngara por 3 a 1 em casa, mas garantiu a vaga nas semi-finais. O Köln (nome alemão do Colônia) virou um placar desfavorável contra a Roma (3 a 1 na capital italiana) ao vencer em casa por 4 a 0, se garantindo nas semi-finais. RFC Liegeois e Spartak Brno ganharam de 2 a 0 em suas respectivas casas e realizaram um play-off na cidade belga, onde ao marcar 1 a 0, os locais seguiram em frente. Emoções opostas foram sentidas por Valencia e Zaragoza nas semi-finais: os Valencianos venceram o Köln por 4 a 1 na Espanha, e souberam segurar o ímpeto germânico. Apesar de vencer por 2 a 0, Colônia assistiu a festa espanhola.
Já o Zaragoza teve que ir ao jogo-extra para decidir sua sorte: perdeu de 1 a 0 do RFC Liegeois na Bélgica, mas fez 2 a 1 na Espanha e igualou o saldo. Em Zaragoza mesmo, venceu por 2 a 0 e foi a final.

Em sua terceira final consecutiva, os morcegos não queriam decepcionar (a partida agora seria em 1 partida, no Nou Camp barcelonês com 50000 pessoas), mas aos 40min de partida Villa abriu o marcador para o Zaragoza. Sorte que Urtiaga empatou dois minutos depois. O jogo seguiu assim até que Marcelino marcasse o tento vitorioso do Zaragoza com 38 do segundo tempo. O Zaragoza se sagraria vencedor da Fairs Cup, impedindo o tri valenciano. Era a primeira conquista do clube de Zaragoza em competições européias, e o fim do sonho do Valência.

1964/5
A Fairs Cip da temporada 1964/5 teve um marco importante: foi a primeira edição sem a presença de times municipais representando cidades. Agora, só times tomaram parte na competição. Com isso, e o aumento de cidades com feiras interessadas, a Fairs Cup teve 48 equipes jogando a sua primeira fase.

Pra não ficar demasiadamente longo, resumirei falando mais das campanhas dos quadrifinalistas, que na verdade, eram "semi-finais" (dois times foram agraciados com classificação direta). O Feréncvaros não teve vida fácil na Fairs Cup: teve dois confrontos difíceis com o Spartak Brno, onde venceu em casa (2 a 0) e mesmo perdendo fora (1 a 0), se classificou. Daí, começou uma rotina de jogos extras (a qual damos mais destaque depois): na segunda fase precisou de um para eliminar os austríacos do Wiener SC (vitória austríaca por 1 a 0 no primeiro jogo, vitória húngara no segundo por 2 a 1 e vitória por 2 a 0 no play-off disputado em Budapeste). Só teve vida um pouco mais fácil no confronto contra a Roma: foi quadrifinalista com duas vitórias (2 a 1 e 1 a 0).
O Athletic Bilbao enfrentou adversários de menor relevância em sua jornada até às quartas de final. Na primeira fase passou sem traumas pelo OFK Belgrado (2 a 2 e 2 a 0), e não teve menores dificuldades com o Royal Antwerp (BEL). Mas teve que passar pelo play-off contra o Dunfermline. Vitórias de ambos os times por 1 a 0 levaram a um play-off em Bilbao. Sorte dos bascos, que em casa venceram por 2 a 1 e foram a frente.
O "estranho no ninho" era o Strasbourg. O time alsácio logo na primeira fase teve uma adversário duro: o Milan. E...o Milan caiu diante dos franceses, com vitória de 2 a 0 em casa, e uma vitória milanesa por 1 a 0 em San Siro. No prosseguimento, o Basel (SUI) foi o adversário a bater. Adversário, é claro, batido sem dificuldades, a não ser o jogo de ida (1 a 0 para os franceses). Na Alsácia-Lorena, jogo de 7 gols e vitória francesa (5 a 2). E aí, mais pedra no caminho: o Barcelona. Dois empates (0 a 0 e 2 a 2) obrigaram o terceiro jogo na Catalunha. E o empate persistiu, tanto no tempo normal como na prorrogação. Como os pênaltis ainda não eram largamente utilizados, sorteio na moedinha. E, dessa forma bizarra, o Strasbourg elimina o Barça e segue rumo às quartas.
O Manchester United teve caminho um tanto fácil, sem maiores dificuldades. Eliminou o Djurgarden (SUE) (1 a 1 e 6 a 1), goleou nos dois jogos o Borussia Dortmund (6 a 1 e 4 a 0) e eliminou com um pouco de dificuldade o Everton (1 a 1 e 2 a 1).
Os beneficiados com a vaga direta foram Atlético de Madrid e Juventus. Os colchoneros passaram de fase em fase sem dificuldades. Foram eliminados pelo caminho Servette (2 a 2 e 6 a 1), Shelbourne (duplo 1 a 0 para os espanhóis) e RFC Liegeois (vitória belga de 1 a 0 e espanhola por 2 a 0).
A Juve fez jogos difíceis contra todos seus adversários até aqui: Union St-Gilloise (duplo 1 a 0 da Velha Senhora), Stade Français (0 a 0 e 1 a 0), e teve que levar ao jogo extra seu confronto contra o Lokomotiv Plovdiv (duplo 1 a 1 e 2 a 1 na prorrogação no jogo-extra em Turim).

Explicadas as histórias, temos os confrontos: O Manchester United acabou com a festa do Strasbourg (empate sem gols na França e goleada de 5 a 0 na Inglaterra). Já Athletic Bilbado e Feréncvaros tiveram jogos bastante disputados (vitória húngara por 1 a 0 no primeiro jogo e basca por 2 a 1 no segundo jogo). No play-off disputado em Budapeste, 3 a 0 para os alviverdes da Hungria.

Semi-finais bem disputadas nessa temporada. O Feréncvaros endureceu o jogo com o Manchester United, perdendo para os red devils no Old Trafford por 3 a 2. Mas uma vitória na Hungria por 1 a 0 forçou o desempate na capital húngara. Vitória do Feréncvaros, por 2 a 1, e a primeira vaga na final fora preenchida.
No tira-teima dos classificados automaticamente, o mesmo placar (3 a 1) nas duas partidas (é claro, um 3 a 1 pra cada), e 3 a 1 para a Juventus no play-off disputado em Turim.

Assim, Juventus jogaria em casa contra o Feréncvaros. Jogo que poderia ser fácil para os bianconeros, mas não foi. O 0 a 0 foi mantido durante todo o primeiro tempo, e parte do segundo até Fenyvesi marcar o gol que abriu o placar...para o Feréncvaros! O resto do jogo foi só esperar o tempo acabar e os húngaros comemorarem o título. Por sinal, o primeiro de uma equipe do Leste Europeu em competições européias (não contando ocasionais Intertotos). Festa dos húngaros e tristeza italiana

1965/6
O grande número de equipes inscritas obrigou a UEFA a dar vagas automáticas para a segunda fase para várias equipes: Hannover 96, Español, Steagul Rosu Brasov, Göztepe (TUR), Servette, Cuf Barreiro (POR), Leipzig, Basel, Aris Salônica, Ujpest, Dunfermline, B1909 (DIN), Hearts, Valerenga (NOR), Shamrock Rovers e Zaragoza. O Feréncvaros, campeão reinante, não participou da Fairs Cup.

Metade dos "byes" chegaram até as quartas de final: O Español teve um confronto peninsular com o Sporting Lisboa, perdendo no antigo José de Alvalade por 2 a 1, mas ganhando em Barcelona por 4 a 3 na volta. O jogo-extra foi forçado, e em casa os catalães prosseguiram (vitória por 2 a 1). A história se repetiria contra o Steagul Rosu Brasov. Uma vitória pra cada lado (3 a 1 espanhol e 4 a 2 romeno). Portanto jogo extra em Brasov, vencido pelos periquitos (1 a 0)
O Ujpest passou pelos ingleses do Everton (vitória húngara por 3 a 0 no primeiro jogo e vitória inglesa por 2 a 1 no segundo, mas o Ujpést passou). E também pelos alemães do Colônia (vitória alemã na ida por 3 a 2, mas goleada húngara na volta por 4 a 0).
No caminho do Dunfermline cairam B1909 (5 a 0 e 4 a 2) e Spartak Brno (2 a 0 e 0 a 0). Já o Zaragoza passou pelo Shamrock Rovers (1 a 1 e 2 a 1), e levou ao play-off seu embate contra o Hearts (3 a 3 e 2 a 2 nos dois jogos, e 1 a 0 no jogo-desempate em Zaragoza).
Os outros tiveram caminhos diferentes: O Barcelona passou fácil pelo DOS Utrecht (0 a 0 e 7 a 1), quase capitulou diante do Royal Antwerp (perdeu de 2 a 1 na ida e venceu na volta por 2 a 0), e se vingou da moedinha no confronto contra o Hannover (vitória alemã-ocidental por 2 a 1 na ida e espanhola por 1 a 0 na volta. O jogo extra terminou 1 a 1 e, no sorteio, os blaugranas seguiram em frente).
Vida mais fácil teve o Munique 1860. Passou sem problemas pelos suecos do Malmö (3 a 0 e 4 a 0), mesmo perdendo o primeiro jogo na Turquia (2 a 1), tirou com uma massacrante goleada o Göztepe (9 a 1), e eliminou o Servette (1 a 1 e 4 a 1).
O Chelsea começou sua jornada contra a Roma (tirou os vermelhos com 4 a 1 e 0 a 0), teve certa dificuldade contra o Wiener SC (vitória austríaca por 1 a 0 na ida e inglesa na volta por 2 a 0). Na terceira fase, Chelsea e Milan jogaram: 2 a 1 pra cada lado nos dois jogos, e 1 a 1 no jogo extra obrigaram a mais um sorteio, que foi melhor para os Blues.
O Leeds United fez uma campanha simples, mas boa: eliminou Torino (2 a 1 e 0 a 0), Leipzig (2 a 1 e 0 a 0) e Valencia (1 a 1 e 1 a 0). Assim se desenharam as quartas de final.

Estas que tiveram o clássico catalão, onde o Barcelona se daria bem contra o Español (duplo 1 a 0 blaugrana). Os ingleses venceram uma empataram outra em seus confrontos: o Chelsea com o Munique 1860 (2 a 2 e 1 a 0) e o Leeds com o Ujpést (4 a 1 e 1 a 1). O Zaragoza perdeu na Escócia para o Dunfermline (1 a 0), mas fez 4 a 2 no jogo de volta e iria em frente.

Semi-finais que precisaram do jogo-extra em duas partidas. No confronto Barcelona x Chelsea (quando não tinha Mourinho e Ronaldinho), 2 a 0 pra cada lado nas partidas, e um impulsivo 5 a 0 no jogo extra na Espanha levaram o Barça a final. Em casa, o Zaragoza se deu bem contra o Leeds (1 a 0), mas fora perdeu a partida (2 a 1), placares que deram a chance do desempate. E o Zaragoza faria mais uma vez a final, derrotando o Leeds por 3 a 1 na "negra".

A final da competição voltaria a ser em jogos de ida e volta. Na primeira partida, em Barcelona, Canário fez o gol da surpreendente vitória do Zaragoza por 1 a 0, marcado aos 40 do primeiro tempo. O tudo ou nada teria que ser em Zaragoza, e com 3 minutos de jogo, Pujol abriu o marcador para os catalães. Villa empataria aos 20 minutos, fechando o primeiro tempo com placar favorável ao Zaragoza, vantagem que só aumentou com o gol de Marcelino aos 5 da segunda etapa. Porém, quando tudo parecia se encaminhar para o título do Zaragoza, Zaballa empata aos 34 do segundo tempo, reavivando as chances do Barcelona na partida. Esperanças confirmadas com o gol de Torres, aos 40 do segundo tempo, que praticamente ressucitou o Barça. O tempo normal terminou 3 a 2 e o jogo foi para a prorrogação. Nela, Pujol, com 10 do primeiro tempo, fez o gol salvador do Barça. O gol do título do Barcelona, num jogo surpreendente e emocionante. Seria o terceiro e último título do Barça. E ainda mais, seria o último título espanhol de 6 nos primeiros anos de Fairs Cup. Nos próximos anos, a hegemonia mudaria de lugar...

Mas isso fica pra próxima...

FONTES
Wikipedia
RSSSF
UEFA

domingo, maio 07, 2006

A Copa das Feiras (I)

(texto em duas partes. Esta é a primeira)

Na roda de competições européias sempre existiram 3 (ou 4): A Copa/Liga dos Campeões, que comporta todos os campeões nacionais europeus e atualmente vices, terceiros e até quartos colocados dos campeonatos, a extinta Recopa, lar dos campeões das Copas Européias, e a Copa da UEFA, que comportava vices e posições abaixo da tablea das ligas (e que hoje comporta os campeões de Copas advindos da Recopa, quintos colocados e além das ligas e times vindos da Intertoto). Há, é claro, a Copa Intertoto, sem critério de classificação certo e que classifica times para o "Uefão".

Pois bem, a Copa dos Campeões nasceu da intenção de um jornal francês de colocar em campo todos os vencedores das ligas européias, para surgir o "Rei da Europa". A Recopa nasceu para satisfazer os vencedores de Copas para que pudessem vencer um título europeu. E a Copa da UEFA (além da Intertoto, que nasceu para movimentar as loterias do continente no verão) não nasceu na intenção de degladiar vice-campeões e outros bem posicionados na Europa...na verdade nasceu para comemorar feiras internacionais...

Explicando melhor: A idéia teve como pais o suíço Ernst Thommem, o italiano Otorrino Barrasi e o inglês Stanley Rous, todos que futuramente ocupariam cargos na UEFA e na FIFA. O motivo era fazer um campeonato que colocasse lado-a-lado times de cidades onde se realizavam importantes feiras comerciais. Com a base aprovada, surgiria em 18 de abril de 1955 a Inter-Cities Fairs Cup (que pra nós pode ser "Copa das Feiras" ou "Copa das Cidades com Feiras"), apenas 2 semanas após a criação da Copa dos Campeões. As cidades envolvidas na primeira competição foram: Barcelona (ESP), Basiléia (SUI), Birmingham (ING), Copenhage (DIN), Frankfurt (ALE), Lausanne (SUI), Leipzig (RDA), Londres (ING), Milão (ITA) e Zagreb (IUG). Viena (AUT) e Colônia (ALE) desistiram de participar.

1955/58
A primeira edição da Fairs Cup foi peculiar por vários motivos: o primeiro foi a duração (de 1955 a 1958), mais em conta para colocar os jogos na época de realização das feiras. Outra foi a realização de "grupos" que reuniam os times participantes da Copa, que eram compostos por 3 times cada e classificavam o vencedor para as semi-finais (sim, eram 4 grupos). E mais outra era que, tirando Barcelona, Birmingham City, Lausanne-Sports e a Internazionale, todos os outros participantes eram seleções municipais, muitas vezes providas de jogadores de clubes locais.

Pois bem, no grupo A, com a desistência de Viena, sobraram Barcelona e Copenhague (na verdade o KBU). Então o Barça goleou em casa os dinamarqueses (6 a 2) e empatou fora (1 a 1) garantindo o primeiro posto e a vaga. No grupo B, o Birmingham surpreendeu passando pela Inter (0 a 0 e 2 a 1), e vencendo nas duas partidas a seleção de Zagreb (1 a 0 em Zagreb e 3 a 0 em Birmingham). Restou aos nerazzuri passarem pelos croatas (1 a 0 em Zagreb e 4 a 0 em Milão). E assim a vaga ia para a Inglaterra

Outro grupo com desistências foi o C, com que Colônia não participou, deixando Leipzig e o Lausanne-Sports como candidatos a vaga. Foram dois jogos absolutamente díspares, um 6 a 3 alemão-oriental em Leipzig e um 7 a 3 suíço em Lausanne. Os suíços passaram a frente pelo saldo de gols. Basiléia, Londres e Frankfurt alinharam num grupo só de seleções municipais, e os londrinos fizeram uma campanha quase impecável: duas vitórias diante de Basiléia (5 a 0 e 1 a 0) e uma vitória em casa diante de Frankfurt (3 a 2). Exatamente os germânicos estragaram a festa vencendo pela mínima contagem em casa. Nas partidas restantes, duas goleadas pra cada lado: Frankfurt 5 a 1 em casa, e Zagreb 6 a 2 na Iugoslávia.

Nas semi-finais, Birmingham e Barcelona ficaram frente-a-frente, com os ingleses conseguindo um interessante 4 a 3 na partida de ida em casa, mas na volta o Barcelona faria 1 a 0 e empataria tudo, levando a um jogo desempate em Basiléia. A peleja terminou 2 a 1 para os catalães. Na outra partida, bem que o Lausanne tentou dificultar as coisas para os londrinos, com um 2 a 1 em casa na ida, mas na capital inglesa a seleção citadina reverteu a vantagem e com um 2 a 0, foi as finais da primeira Fairs Cup.

Os jogos seriam em ida-e-volta, a primeira partida se deu no Stamford Bridge, na capital londrina, em 5/3/1958. Com 4 minutos de jogo, Tejada abriu o marcador para os blaugranas, mas Greaves levou no minuto seguinte o placar a igualdade. Quase no final do primeiro tempo, Martínez desempatou e pos o Barcelona na frente do placar. A vitória parecia assegurada, mas Langley, do Fulham, de pênalti no fim da partida, assegurou o empate e a decisão para o Nou Camp. Mais de um mês depois, no 1/5/1958, a torcida compareceu em peso para empurrar o time catalão contra o selecionado londrino. Em menos de 10 minutos, Suárez marcou 2 gols para o Barcelona (aos 6 e aos 8). Martínez deixou o seu aos 42, e o tempo terminou com ampla vantagem azul e grená, complementada por Evaristo de Macedo, aos 7, Verges aos 18 e de novo Evaristo aos 30 do segundo tempo. De resto, o Barcelona não precisou fazer mais nada para assegurar a taça e comemorar a sonora goleada em cima do combinado de Londres. A primeira Fairs Cup residiria na Catalunha.

1958/60
Não muito tempo depois, a UEFA decidiu dar continuidade ao evento, abrindo mais espaço para os clubes "normais" participarem, embora cidades continuavam a poder enviar seleções para a competição (O que Basiléia, Copenhague, Colônia, Belgrado, Leipzig, Zagreb e Colônia fizeram). O resto das equipes eram todos clubes, mas a regra continou a apenas dar espaço para clubes de cidades com feiras comerciais, e com isso 16 equipes disputaram o campeonato, agora em partidas de mata-mata em ida e volta, e o torneio agora sendo disputado em 2 anos.

Na primeira fase, o Barcelona mostrou todo o seu poderio eliminando a seleção da Basiléia (2 a 1 e 5 a 2), a Intenazionale não teve dificuldades em eliminar o Lyon (um estrondoso 7 a 0 em Milão, e 1 a 1 na França), o Chelsea ignorou a seleção de Copenhague (na verdade o Frem), com um 3 a 1 na capital dinamarquesa e 4 a 1 em Londres. A seleção de Belgrado massacrou o Lausanne (6 a 1 e 5 a 3), o Union St-Gilloise, da Bélgica, não teve dificuldades de tirar Leipzig (vitória de 6 a 1 na Bélgica e derrota de 1 a 0 na Alemanha Oriental), Hannover e Roma fizeram jogos interessantes, mas os vermelhos da capital seguiram a frente com uma vitória fora (3 a 1) e um empate em casa (1 a 1), Zagreb soube segurar o Ujpést, vencendo no jogo de ida por 4 a 2, mas sofrendo uma derrota por 1 a 0 na Hungria e passando perto de perder a vaga. Seleção de Colônia e Birmingham foi um duelo bastante disputado, com um empate (2 a 2) na Alemanha na ida, e os ingleses levando a vaga em casa (vitória de 2 a 0.

Nas quartas-de-final, os blaugranas não tiveram conhecimento da Internazionale e conquistaram a vaga (4 a 0 e 4 a 2). O Chelsea bem que tentou, vencendo por 1 a 0 em Londeres intimidar Belgrado, mas na capital iugoslava, os locais desclassificaram os Blues com um forte 4 a 1. O Union St-Gilloise e a Roma fizeram dois jogos bastante parelhos, mas os belgas foram as semi-finais (2 a 0 e 1 a 1). O inglês restante (Birmingham) encarou Zagreb, e conquistou a passagem para as semi-finais com uma preciosa vitória em casa (1 a 0) e um interessante 3 a 3 na Croácia.

O único time do Leste Europeu restante (seleção de Belgrado) teve o azar de ter o Barcelona pela frente. Até que o 1 a 1 em casa aliviou um pouco a barra dos iugoslavos, mas em Barcelona os catalães mostraram o time superior que tinham e eliminaram o adversário por 3 a 1. Já o Birmingham passou com um duplo 4 a 2 pelo Union St-Gilloise, abrindo caminho para um novo confronto Barcelona x Inglaterra.

E como da primeira vez, foi na Inglaterra (St.Andrews) a partida de ida das finais. O time do Birmigham era um tanto insignificante perto do esquadrão blaugrana que o enfrentaria, com Kubala, Kocsis, Czibor, Coll, Ramallets e cia. Mas mesmo assim não se deixou intimidar, e conseguiu segurar o ímpeto catalão na partida de ida (0 a 0). Na volta, em Barcelona, o filme não se repetiu e, assim como na edição anterior, o Barcelona abria 2 a 0 com menos de 10 minutos de jogo (com Martínez e Czibor), e terminou o primeiro tempo deste jeito. Três minutos de segundo tempo e o húngaro marcou o 3o gol do Barça, e aos 33' Coll faria o quarto. Hooper, aos 38 da etapa final diminuiria para o Birmingham, mas já era tarde. O Barcelona era bi-campeão da Fairs Cup com merecimento e com mais uma vitória convincente contra um adversário inglês. Pelo menos um contra-ponto ao domínio do Real Madrid na Copa dos Campeões

1960/1
A grande mudança foi o campeonato passar a ser disputado como todos os outros, durante a temporada européia. De resto, continuava tudo igual, inclusive a presença dos times de cidade (nesta vez Colônia, Zagreb, Leipzig, Basiléia e Belgrado) na competição. E a fórmula de disputa era a mesma.

A primeira fase viu de tudo, de confrontos parelhos a goleadas impactantes. A Roma só empatou com o Union St-Gilloise na ida (0 a 0), mas garantiu a vaga em casa (4 a 1). Lyon e Colônia venceram uma partida cada, (Colônia 3 a 1 em Lyon, e Lyon 2 a 1 em Colônia), e pelo saldo os alemães-ocidentais foram a frente. Em casa o Zagreb endureceu o jogo com o Barcelona e a peleja terminou empatada em 1 a 1, porém o Barça passou de fase vencendo por 4 a 3 na volta. O Hibernian não precisou do segundo jogo contra o Lausanne (havia vencido o primeiro por 2 a 0 na Suíça). Os Hibs passaram de fase por desistência do adversário. A Inter de Milão massacrou o Hannover 96 (8 a 2 e 6 a 1), enquanto Leipzig e Belgrado duelaram no confronto de cidades: Leipzig se deu bem vencendo por 5 a 2 na Alemanha Oriental, e Belgrado ganhou de 4 a 1 na Iugoslávia, e um jogo-desempate foi feito em Budapest, e Belgrado venceria por 2 a 0. O KB (DIN) passeou sobre Basiléia na primeira partida (8 a 1) e se garantiu na próxima fase com um 3 a 3 fora. A última vaga foi destinada ao Birmingham, que venceu os dois jogos contra os húngaros do Ujpést (3 a 2 e 2 a 1).

Nas quartas de final, Hibernian e Barcelona empataram no Nou Camp num bizarro 4 a 4, e levaram a sorte para a Escócia, onde os Hibs conseguiram vencer por 3 a 2 e eliminar os bi-campeões. A Internazionale goleou a seleção de Belgrado por 5 a 0 em Milão e nem a vitória iugoslava por 1 a 0 tiraria a vaga dos nerazzuri. Mais um 4 a 4 se viu na partida entre KB e Birmingham,e mais uma vez o britânico passou, com um estrondoso 5 a 0. A partida peculiar foi entre Colônia e Roma. Nas duas partidas um duplo 2 a 0, feitos por cada um (na casa do adversário). Foi preciso um play-off, disputado em Roma, e vencido pelos latinos: 4 a 1.

As semifinais puseram frente a frente Hibernian x Roma e Birmingham x Internazionale. Um duplo 2 a 1 dos ingleses os levou a partida final, mas o seu adversário teve que fazer mais esforço para isso: Hibs e Roma empataram em 2 a 2 na Escócia e 3 a 3 na capital italiana. Como ainda não tinha o gol fora, a Roma passou por mais um play-off, e de novo em casa. E uma sapecada legítima no alviverde de Edinburgo: 6 a 0. E, claro, a final.

O Birmingham sediou a partida de ida da final, e sofreu revés com Manfredini abrindo o placar aos 30min de partida. O mesmo ampliaria com 12 da segunda etapa. Os ingleses esboçaram uma reação, e conseguiram! Hellawell diminuiu e Orrit empatou, fazendo a partida terminar em 2 a 2. A volta foi um lotado estádio Olímpico de Roma, e empurrado pela torcida a Roma pressionou o time inglês, mas o primeiro tempo terminou com o placar em branco. Na volta do intervalo, tudo continou no zero até Farmers, com 11 minutos jogados, marcar gol contra e abrir o placar pros italianos. O placar magro continuou por todo o resto do jogo. Bem, continuaria se Pestrin no minuto final não marcasse o gol da vitória romana e o título da Fairs Cup. A terceira decepção seguida inglesa diante de equipes do Mediterâneo, e o bi-vice do Birmingham na competição. Seria triste se os torcedores da Roma não estivessem tão felizes.

1961/2
O número de times aumenta, e a competição começa a ganhar corpo e fama. Com isso, Lausanne, Iraklis, Birmingham e Roma conseguem vaga automática para a segunda fase, deixando o resto se matando na primeira. E como sempre, haviam os times de cidade: dessa vez Berlim Ocidental e Novi Sad (IUG) se juntavam a Copenhague, Basiléia e Leipzig na disputa.

Bom, indo aos jogos, o Valencia passou fácil pelo Nottingham Forest (2 a 0 e 5 a 1), o mesmo fez o Hearts com o Union St-Gilloise (3 a 1 e 2 a 0). Novi Sad (capital da Vojvodina) surpreendeu e tirou o poderoso Milan (empate em 0 a 0 em Milão e vitória de 2 a 0 em casa), Leipzig passaria de fase com um empate fora (2 a 2) e uma vitória em casa (4 a 1) sobre o Spartak Brno (TCH). O MTK (HUN) até que conseguiu um placar bom contra o Strasbourg, mas imporia uma goleada imponente sobre os franceses (2 a 1 e 10 a 2), já o Estrela Vermelha apenas empataria na ida contra Basiléia (1 a 1), mas garantiria a vaga com um 4 a 1 em Belgrado, e o Hibernian repetiria a mesma coisa contra o Belenenses (POR), só que o empate (3 a 3) foi na Escócia e a vitória (3 a 1) em Lisboa. O Español (como o Espanyol se chamava) não teve muita dificuldade em eliminar o Hannover (1 a 0 e 2 a 0). O Lyon até que conseguiu uma boa vitória em casa contra o Sheffield Wednesday (4 a 2), mas na volta os ingleses fizeram 5 a 2 e eliminaram no saldo os franceses. O Dínamo Zagreb foi a Dinamarca e venceu o Staevnet (representando a cidade) por 7 a 2, e um empate por 2 a 2 foi o suficiente pela vaga. Berlim Ocidental venceu o Barça por 1 a 0 em casa, mas caiu fora perdendo de 3 na Catalunha.
Köln e Internazionale foi um pouquinho diferente: os bodes alemães venceram a partida de ida por 4 a 2, mas na volta os neraazzuri fizeram 2 a 0 e igualaram o placar agregado. Em casa mesmo, e num jogo interessante, os rivais do Milan passaram de fase (5 a 3).

A Segunda fase chega e a Inter não tem problemas para eliminar o Hearts (1 a 0 e 4 a 0). O Iraklis fez a parte dele vencendo em Salônica (2 a 1), mas o Novi Sad em casa sapecou 9 gols (os gregos ainda marcaram 1) e levaram a vaga. Outro iugoslavo que se deu bem foi o Estrela Vermelha, que tirou o Hibernian (4 a 0 e 1 a 0). O Español venceu com firmeza o Birmingham em casa (5 a 2) e perdeu fora (1 a 0), mas mesmo assim foi para as quartas, e restou ao Sheff Wed honrar a Inglaterra. E foi o que fez, vencendo em casa a Roma (4 a 0) e se classificando com a magra vitória romana (1 a 0). O Barcelona teve autoridade e eliminou o Dinamo Zagreb (5 a 1 e 1 a 1). Nos casos "extras", o Valencia só jogou a ida contra o Lausanne (4 a 3) e se classificou por WO. Já MTK e Leipzig foram iguais: venceram por 3 a 0 em suas casas e tiveram que realizar um play-off em Bratislava, vencido pelos húngaros (2 a 0).

Quartas-de-final interessantes tivemos: O Valencia passou pela Inter (2 a 0 e 3 a 3), o MTK eliminou Novi Sad (4 a 1 e 2 a 1), o Español conseguiu vencer a primeira partida (2 a 1) contra o Estrela Vermelha, mas o Crvena Zvezda de Belgrado foi a frente impondo 5 a 0 aos periquitos. O Barcelona sofreu pra passar do Sheffield Wednesday: perdeu de 3 a 2 na Inglaterra e só se classificou marcando 2 a 0 em Barcelona.

Na semi-finais tudo se encaminhou para um encontro de espanhóis: O Valencia tirou o MTK da competição (3 a 0 e 7 a 3) e o Barcelona fez o mesmo com o Estrela Vermelha (2 a 0 e 4 a 1). Valência recebeu o primeiro jogo da final, e o Barça saiu na frente com 4 minutos de jogo com Kocsis. Yosu empataria 10 minutos depois, mas o artilheiro da Copa de 54 desempataria aos 20 para os blaugranas. Só que Guillot (35min) empatou de novo e Yosu viraria para os valencianos. No segundo tempo, Guillot duas vezes e Nuñez decretaram a vitória do Valencia.
A volta não teve o caminhão de gols da ida, mas o Barcelona foi pra frente. Porém o primeiro tempo terminou sem gols, e o Barça só marcaria o primeiro com 1 minuto decorrido da segunda etapa, pelos pés de Kocsis. O Barcelona não reverteu a enorme vantagem e Guillot aos 42 da etapa final empatou e garantiu o caneco para os morcegos. O Valencia conquistava um importante título europeu e o forte time do Barcelona era "batido" em seu próprio terreno, onde havia conquistado as duas primeiras Fairs Cup.

1962/3
32 clubes entraram na disputa da Fairs Cup daquela temporada, e dessa vez não havia necessidade de classificações automáticas. Novos times entravam em campo pela disputa e as seleções citadinas ganhavam novos representantes: Odense (DIN) e Utrecht (HOL) viriam para acompanhar Copenhague, Leipzig e Basiléia na jornada. E o Valencia veio determinado a defender o título.

O Valencia logo mostrou serviço na primeira fase eliminando o Celtic (4 a 2 e 2 a 2). O Everton conseguiu vencer em casa diante do Dunfermline (ESC) por 1 a 0, mas os Toffees não resistiram aos escoceses e perderam o jogo por 2 a 1 (e a vaga). Coisa mais fácil teve Utrecht, eliminando o fraco Tasmania Berlin (ALE) (3 a 2 e 2 a 1). Outro escocês que se deu bem foi o Hibernian, que desclassificou a seleção de Copenhague (4 a 0 e 3 a 2). O Zaragoza passou fácil pelo Glentoran (IRN) (2 a 0 e 6 a 2). A primeira partida de Altay x Roma foi em Istambul (O time é de Izmir), mas os romanos venceram este e massacraram os turcos no segundo jogo (3 a 2 e 10 a 1). Até que o Viktoria Köln (ALE) foi um adversário a altura do Feréncvaros (HUN). vencendo por 4 a 3 a partida de ida em casa, mas os húngaros fizeram 4 a 1 na volta e pelos gols marcados, levaram a vaga. A Sampdoria não precisou de muito pra eliminar o Aris Bonnevoie (LUX) (1 a 0 e 2 a 0). Apesar de ter vencido em casa por 1 a o, o Vojvodina Novi Sad seria desclassificado pela seleção de Leipzig na volta (2 a 0). Os romenso do Petroul Ploesti passaram pelo Spartak Brno (4 a 0 e 1 a 0). Os irlandeses do Drumcondra venceram a seleção de Odense por 4 a 1 no jogo de ida, e mesmo perdendo por 4 a 2 na Dinamarca se qualificaram. O Union St-GIlloise recuperou o 1 a 0 que levou do Olympique de Marselha goleando os franceses por 4 a 2. E o Dinamo Zagreb eliminaria o Porto (2 a 1 e 0 a 0).
O Bayern de Munique passou por WO depois de vencer Basiléia no jogo de ida por 3 a 0. Já o Barcelona, depois de um duplo 1 a 1 precisou de um jogo extra em casa pra se classificar (3 a 2).

NA segunda fase, o Hibernian tirou o Utrecht da Copa (1 a 0 e 2 a 1). A Roma venceu por 4 a 2 o Zaragoza na Espanha, e mesmo perdendo na Itália por 2 a 1 seguiu na competição. Já a Samp não teve a mesma sorte: os genoveses vencerem em casa o Ferencváros por 1 a 0, mas levaram de 6 na Hungria e caíram fora. O Bayern de Munique impôs outro 6 a 0, desta vez no Drumcondra, e nem o 1 a 0 dos norte-irlandeses deu resultado.
Os outros 4 quadri-finalistas saíram dos jogos-desempate: O Valência goleou em casa o Dunfermline (4 a 0), mas levou um extravagante 6 a 2 na Escócia, e teve que vencer pela contagem mínima em Lisboa pra passar de fase. O mesmo aconteceu com o Estrela Vermelha, que venceu o primeiro jogo contra o Barcelona em casa por 3 a 2, mas perdeu na Catalunha por 1 a 0 e forçou o desempate em Nice, vencido pelos sérvios por 1 a 0. Petrolul Ploesti e Leipzig venceram cada um um jogo pelo mesmo placar (1 a 0), e jogaram a "negra" em Budapeste. Melhor para os romenos, que fizeram outro 1 a o e seguiram. O último a obter a vaga neste processo foi o Dinamo Zagreb, que venceu o Union St-Gilloise por 2 a 1 em casa, mas na volta perdeu de 1 a 0. Menos mal que os croatas foram as quartas-de-final vencendo por 3 a 2 em Linz (AUT).

Na quartas de final, o Valencia passou tranquilamente pelos Hibs (5 a 0 no primeiro jogo), e mesmo perdendo por 2 a 1 a volta, se tornou semifinalista. A Roma venceu em casa o Estrela Vermelha (3 a 0) e em Belgrado, só faltou 1 gol pra pelo menos lo Crvena Zvezda levar a partida ao desempate (2 a 0). O Ferencváros venceu o Petrolul Ploesti, por 2 a 0, e mesmo perdendo na Romênia por 1 a 0 foi as semi-finais. Só o Dinamo Zagreb não teve revés em seu confronto, passando pelo Bayern de Munique (4 a 1 e 0 a 0).

Semifinais com lados bastante distintos: Enquanto o Valencia ganhou em casa da Roma (3 a 0) e perdeu na Itália (1 a 0), mas passou; o Dinamo Zagreb foi a final passando com duas vitórias pelo Ferencváros (1 a 0 e 2 a 1). Então a Espanha e a Iugoslávia entrariam em disputa pela taça da Fairs Cup.
Zagreb foi o local da ida, e Zambata aos 13 do primeiro tempo abriu o placar pra alegria da torcida. O jogo parecia se destinar a um trifufo croata, mas em 3 minutos (entre os 19 e os 22 do segundo tempo) Waldo empatou e Urtiaga virou para os espanhóis. E a peleja terminou assim.
Em Valencia, o primeiro tempo ficou em 0 a 0, o que daria o título ao Valencia, mas o segundo tempo reservaria gols, que foram os do título dos morcegos: Manio aos 23 e Nuñez aos 33 do segundo tempo marcaram o 2 a 0 que deu o bi da Fairs Cup ao Valência, e mais uma vez um time espanhol conquistou 2 títulos consecutivos do campeonato (o Barcelona tinha sido o primeiro) e a supremacia hispana continuava na Fairs Cup

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Esta foi a primeira parte do texto sobre as Fairs Cup...prometo mais tarde a continuação, com mais proezas e fatos sobre a competição

Até logo

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FONTES
Wikipedia
RSSSF
UEFA