terça-feira, julho 28, 2020

Minhas vidas nos acervos digitais

Não sei bem exatamente o que eu deveria postar aqui, mas acho que preciso 'salvar' esta página do silêncio e do pseudo-esquecimento. Portanto, deverei começar minha 'semi-volta', falando de um assunto que tem me tomado bastante tempo da minha vida online: fuçar acervos digitais.

Não sou um cara de muitas diversões na web, mas quando pinta um tempo, sempre dou uma fuçada nos acervos digitais de jornais e revistas por diversas razões. A especial é ver, geralmente, programações de TV antigas e notícias esportivas da determinada época que o jornal foi publicado.

Ver acervos online tem me tomado tempo e me distraído às vezes nos momentos aziagos da vida. São diversas coisas que tenho visto e aprendido com estas visitas (e talvez uns dias eu irei divagar em outros posts) e decidi que, por ora, deixarei algumas dicas de lugares que vocês podem se divertir nestas empreitadas



Acervo Estadão
Infelizmente, muito do acesso para as edições antigas do Estadão é restrito a assinantes do jornal. Para os que são, talvez um dos melhores acervos que há no Brasil, com todas a edições desde o começo da publicação, em 1875.

Possui, inclusive, seções onde você pode ver matérias censuradas, fotos, momentos históricos do mundo na visão do jornal e até mesmo saber o preço das coisas como eram na época (convertidos em reais, claro)

Acervo Folha
Por enquanto, este segue ainda não restrito a quem assina o jornal e todos ainda podem ver. Com isso, dá pra acessar não apenas a Folha em si, mas suas antecessoras (Folhas da Manhã e da Noite) desde seu começo nos anos 20. Não tem assim grandes seções como o acervo do Estadão, mas ainda assim é um dos que merece muito sua vinda.

Biblioteca Nacional
Outro dos mais importantes acervos jornalísticos do Brasil, este detém diversas publicações dos mais variados estados e épocas disponíveis gratuitamente para os que desejam mergulhar na história. Eu costumo usar geralmente para ver edições antigas do Jornal do Brasil e do Jornal dos Sports.

Google Books - Placar
Uma alma que merece o céu disponibilizou há muito tempo atrás várias edições antigas da Placar. Infelizmente, não são todas, mas para os fãs da revista como eu, mergulhar nos tempos antigos (e nem tão antigos assim)  de nosso esporte é maravilhoso e vale cada segundo!

Por enquanto é isso. Talvez eu poste mais coisas e dicas, mas para tentar ganhar de novo o prazer de blogar, é isto. Até!



terça-feira, julho 21, 2020

Lembram de mim?

Oi?

Lembram de mim?

Possivelmente não, porque já faz muito tempo que talvez ninguém vem aqui nesta joça. However, muitas coisas talvez me façam querer que eu volte para cá.

Bem, antes de falar, quero dizer o que eu fiz nestes anos todos.

Arranjei alguns empregos pela Internet, continuando minhas escritas na área esportiva online. De Federação Paulista de Futebol até o Torcedores.com, passei por algumas casas, nas quais consegui mostrar meu talento, ganhar alguma coisa e aprender algo, para o bem ou para o mal.

Neste interim, finalmente consegui realizar um dos meus objetivos de vida: faculdade. Tá, talvez nem pareça ser algo imensamente para fazer desfile, mas consegui. Me formei em Jornalismo e estou aí fazendo as coisas.

Tive sabores, dissabores, ganhei, perdi amigos/as/xs, fiz coisas que queria e não queria, além de outras trajetórias. Não vou ficar contando tudo porque não quero ficar falando tudo já.

Mas agora talvez seja hora de encontrar um lugar para minha paz online

Que eu não sofra das fúrias onlines no futuro

Veremos

segunda-feira, julho 13, 2020

I am back (I guess)

Acredito que ninguém sentiu minha falta, mas DANECE...

I am back!

Quer saber aonde eu estive?
Talvez eu te conte, mas não hoje...

E vamos ver o que 2020 nos aguarda

segunda-feira, dezembro 03, 2012

segunda-feira, agosto 25, 2008

As Séries B que ninguém conhece (II)

(Segue a continuação do texto anterior, com a história da Série B disputada no ano de 1972)

1972

No torneio de 1971, não haveria o acesso da forma que conhecemos para a Série A do ano seguinte. O Villa Nova acabou não indo para o Brasileiro de 1972, sendo um dos possíveis motivos a presença de três equipes mineiras na divisão maior (Atlético, América e Cruzeiro).

Entretanto, o Remo, vice-campeão, foi convidado pela CBD para integrar o Campeonato Brasileiro de 1972, assim como outras duas equipes da Série B do ano anterior: CRB e ABC (outras equipes chamadas foram Nacional-AM, Vitória e Sergipe). Só em 1978, o Villa disputaria a Série A.

O fracasso de público da primeira edição não impediu a entidade de armar o segundo campeonato da Segunda Divisão, mas desta vez o negócio foi diferente: foi armado um “Nordestão”, feito pelas equipes da região que não acabaram entrando no Brasileiro.

Novamente 23 equipes foram escolhidas para disputar o torneio, sendo dispostas em quatro grupos (três de 6 e um de 5 times). Os grupos foram sorteados conforme a disposição geográfica das equipes e duas equipes seguiam de cada grupo

O Grupo A teve como destaque o Sampaio Corrêa. O Bolívia estreou com derrota para o rival Moto Clube, mas logo engrenou no campeonato e venceu a chave, com 13 pontos. O outro time classificado foi o Tiradentes-PI, que superou o Moto Clube nos critérios de desempate (ambos tinham 12 pontos). Além deles, pela ordem final de classificação, foram Fortaleza, Guarany de Sobral e Flamengo-PI.

O Grupo B foi bastante disputado e teve quatro equipes que se superaram em relação às demais. Sem empatar (teve sete vitórias e três derrotas), o Campinense venceu o grupo e obteve a vaga ao lado do América-RN. River, Ferroviário-MA, Maguari-CE e Calouros do Ar-CE estavam nesta chave.

O Grupo C teve cinco times e viu um dos classificados chegar à vaga apesar de alguns tropeços: o CSA, campeão do grupo. Junto com ele, garantiu a vaga o América-PE, superando Botafogo-PB, Alecrim-RN e Ferroviário-PE.

O Grupo D reuniu o único time a terminar a primeira fase invicto: o Atlético-BA. A equipe de Alagoinhas venceu oito partidas e empatou duas para obter a vaga de campeão do grupo, passando ao lado do Itabaiana, que nos critérios de desempate, eliminou o Central de Caruaru, em um grupo que tinha ainda Confiança, Fluminense-BA e São Domingos-AL.

A segunda fase foi dividida em dois grupos de quatro, com o campeão de cada chave indo para a final. No Grupo E, o Sampaio Corrêa ficou invicto até a última rodada, quando perdeu para o Tiradentes (2 a 1). Acabou terminando campeão do grupo e classificado, superando ainda Atlético e Itabaiana.

No Grupo F, o Campinense teve uma campanha 100%, vencendo todos os seus compromissos (metade deles por 1 a 0). Assim, com 12 pontos, passou por América-RN, CSA e América-PE e foi para a final, encarar a equipe maranhense.

Na final, as duas equipes fizeram um jogo disputado, que acabou em 1 a 1 no tempo normal e na prorrogação. Assim, o jogo foi para a primeira final do futebol brasileiro disputada nos pênaltis. E, aí, os maranhenses superaram os paraibanos (5 a 4) e conquistaram o título.

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Não houve promoção para a Série A em 1973, mas algumas equipes que disputaram o campeonato acabaram indo para o Brasileiro do ano seguinte, deixando os finalistas na mão naquele ano (em 1974 o Sampaio disputou o Brasileiro e no ano seguinte foi a vez do Campinense).

De 1973 a 1979, não houve Série B, pelo fato da política da CBD, eternizada pelo slogan “Onde a Arena vai mal, um time no Nacional”, de aumentar o número de participantes do Brasileiro conforme os interesses presentes. Só em 1980, na Taça de Prata, voltaria a haver uma disputa de Segunda Divisão no Brasil, mas isso é outra história.

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Das equipes que disputaram as duas primeiras edições da Série B, estas nunca teriam o gosto de jogar a Série A: Rodoviária, Ferroviário-PE, Central-RJ, Atlético-BA, Sport Belém, Guarany de Sobral, América-PE, São Domingos, Ferroviário-MA, Calouros do Ar e Maguari,

Desta listinha, Rodoviária, Calouros do Ar, Maguari, Central-RJ, Ferroviário-MA e Ferroviário-PE, nunca voltariam a Série B,

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O time-base do Villa Nova campeão de 1971: Arésio; Cassetete, Zé Borges, Bráulio e Mário Lourenço; Daniel e Piorra; Jésum, Perrela, Paulinho Cai-Cai e Dias. Martim Francisco era o treinador. O artilheiro da competição foi Rabilota, do Remo, com 4 gols.

Em 1972, Marçal treinou o Sampaio Corrêa campeão da Série B e ainda teve Pelezinho como artilheiro, com oito gols.

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Em 1997, o Sampaio Corrêa foi campeão da Série C. Superou Francana-SP, Juventus-SP e Tupi-MG em um quadrangular final.

terça-feira, agosto 19, 2008

As Séries B que ninguém conhece (Parte 1)

Só nos últimos anos a Série B chegou a um nível de desenvolvimento e respeito que a tornou uma das competições mais disputadas do futebol brasileiro, em especial por levar quatro equipes para a primeira divisão nacional. Mas nem sempre foi assim.

Durante anos, a Série B foi relegada a um segundo plano, sendo mudada, cancelada, torcida, mexida e remexida, sofrendo mudanças de formato, nome, sentido, viradas de mesa, cancelamentos, problemas, pendengas e toda a sorte de coisas, desde a sua origem, nos anos 70.

Anos 70? Sim, isso mesmo que você leu. As primeiras edições da Série B foram realizadas juntamente com o Campeonato Brasileiro. Porém, ao contrário deste, não tiveram continuidade e acabaram sacramentando o futuro da competição.

1971

Em 1971, quando o primeiro Campeonato Brasileiro foi realizado, houve a necessidade de se realizar um torneio da segunda divisão, batizado de “Primeiro Campeonato Nacional de Clubes da Segunda Divisão”. Nome pomposo, mas pena que só no nome.

A princípio, era um torneio que todas as federações estaduais (pelo menos as organizadas) podiam indicar times, mas muitas, devido à recusa da CBD (Confederação Brasileira de Desportos, a que mandava antes da do F) em custear as despesas das equipes. Neste caso se aplicam Guanabara (o estado-cidade do Rio de Janeiro), Rio Grande do Sul e Bahia. Outras toparam, mas com restrições.

São Paulo teve como representante a Ponte Preta, vice-campeã do estado no ano anterior. Mas a Macaca só foi para o torneio porque a Federação Paulista de Futebol se comprometeu a pagar as passagens e as hospedagens da equipe.

Assim, 23 times disputaram o campeonato, que tinha regulamento e disposição um tanto confuso (futebol brasileiro, né?). Duas zonas (Norte-Nordeste e Centro-Sul) foram feitas, com grupos e subdivisões bem confusos e bizarros.

O Grupo Norte-Nordeste foi subdividido em duas zonas (Norte e Nordeste). A Zona do Nordeste formou três grupos, onde os campeões seguiam. No A, o Ferroviário-CE não teve problemas para passar por Campinense-PB, ABC e Ferroviário-PE. O B teve apenas três equipes, e nele o Itabaiana-SE surpreendeu ao vencer um grupo com CRB e Náutico e se classificar.

Já o C era o maior em quantidade de times (cinco) e foi disputado até o fim, mas o Flamengo-PI, apesar de ter sido derrotado pelo rival River na estréia, venceu o grupo, que também tinha os maranhenses do Sampaio Corrêa e do Maranhão e os cearenses do Guarany de Sobral.

O Grupo D, único da Zona Norte, era, na verdade, um torneio seletivo de clubes paraenses. Paysandu, Remo, Sport Belém e Tuna Luso se enfrentaram para ver quem pegava na fase seguinte a Rodoviária-AM. A classificação foi decidida apenas no gol average, em que o Remo foi campeão e desbancou a Tuna Luso (ambos fizeram oito pontos na chave).

O Grupo Centro-Sul era o que reservava bizarrices. Três equipes, o Central-RJ (de Barra do Piraí), o Mixto-MT e o Villa Nova-MG conseguiram vaga automática para a fase seguinte, e restaram América-SC, Londrina e Ponte Preta para jogar. Vencendo apenas em casa e empatando fora, a Macaca levou invicta a classificação para a fase seguinte, onde disputou uma “semifinal” com o Mixto, em que venceu (2x0 fora e 3x0 em casa). Na outra partida, o Villa Nova passou por cima do Central (2x2 e 1x0).

O Grupo do Norte-Nordeste teve o mesmo destino. O Remo teve de fazer a “final” do Norte com a Rodoviária, vencendo as duas partidas (1x0 e 4x2). Assim, esperou o vencedor do Grupo do Nordeste, em que a Itabaiana passou pelo Flamengo-PI e pelo Ferroviário-CE. Na final da zona, deu Remo de novo (0x0 fora e 2x0 em casa).

O Grupo do Centro-Sul teve a sua final entre Villa Nova e Ponte Preta. Cada uma venceu um jogo por 1 a 0 e levaram a decisão para o terceiro jogo, que terminou 0 a 0 no tempo normal, 1 a 1 na prorrogação e com a vitória do Villa por 6 a 5 nos pênaltis.

A final ocorreu entre Remo e Villa Nova, com os paraenses vencendo a primeira partida por 1 a 0, gol de Ernani. Na segunda partida, Dias, Jésum e Paulinho deram a vitória para os mineiros e levaram a partida para o jogo-desempate, em Belo Horizonte, que acabou vencido pelo time de Nova Lima por 2 a 1, com Mário Lourenço anotando os gols do Villa e Cabecinha para o Remo. Assim sendo, Villa Nova primeiro campeão da Segunda Divisão.

(FIM DA PRIMEIRA PARTE)