sexta-feira, fevereiro 24, 2006

O caso Marcelinho: cheiro de factóide no ar?

Tá, algum cara por aí pode até me cobrar "Mas tu não é palmeirense? Tu não odeia o Marcelinho Porque se mete a escrever um texto sobre ele?" Sim, admito que nunca gostei do Pé-De-Anjo, ainda mais por vestir a camisa e ser ídolo do nosso maior rival, mas não posso, como fã de futebol, de deixar as rivalidades guiarem (na maioria das vezes) minhas opiniões e visões sobre o futebol em si. Ah, e claro, não poderia deixar de dar o meu pitaco sobre este assunto que fervilha na imprensa paulista (a tal imprensa gambá que todos alardeiam)

Caso não estejam por dentro das últimas notícias: Marcelinho Carioca, dispensado pelo Brasiliense e procurando clube começou a ser apontado como novo reforço do Corinthians. Em troca da contratação, o alvinegro do Parque São Jorge daria um jeito nos processos que o meia movia contra seu ex-clube. A MSI (grupo de investidores que administra o futebol do clube) disse que não daria aval a compra do jogador, e que tomaria providências quanto ao caso. Desde então todos dão como certo o retorno deste ao Corinthians, clube onde conquistou muitos títulos. E nisso, um imbróglio com a mantenedora financeira do time parece que vai (re)começar.

Antes, um pouco de história: Chegado do Flamengo, no meio dos anos 90, Marcelinho Carioca se tornou um dos maiores ídolos da história do Corinthians. O Pé-de-Anjo, como foi apelidado pelas suas certeiras cobranças de falta, foi uma das peças imprescindíveis em várias conquistas do Corinthians. A saber: 2 Brasileiros (1998/99), 1 Copa do Brasil (1995), 4 Paulistas (1995, 97, 99 e 2001), e é claro, o mais importante deles, o Mundial de Clubes da FIFA (2000),e entre isso, uma rápida e fracassada passagem pelo Valencia (ESP). Marcelinho, em sua passagem pelo clube foi guindado ao panteão de craques e ídolos do qual fazem parte Neco, Amílcar, Rivellino, Sócrates, Casagrande, Viola, Ronaldo, Neto e hoje, Tévez. Marcelinho levava uma vida tranquila no Corinthians, mesmo com os problemas com treinadores, mas uma bela noite...

Desde que Marcos defendeu o pênalti de Marcelinho Carioca e eliminou o Corinthians da Libertadores em 2000, a vida do Pé-de-Anjo sofreu uma reviravolta. Enfrentou diversos problemas no time, e por causa de alguns problemas internos envolvendo este e Ricardinho (que então também jogava no time), o jogador saiu do Corinthians em 2001,e nisso começou uma jornada. Jogou no Santos, Gamba Osaka (JPN), Vasco, Al Nassr (ARS), Ajaccio (FRA) e ano passado, no rebaixado Brasiliense. Em quase nenhum destes clubes, o Pé-de-Anjo relembrou sua gloriosa carreira no alvinegro da capital paulista, ainda que este foi ovacionado pela Fiel em pleno Pacaembu quando o Corinthians jogou contra o Brasiliense, pelo Brasileirão do ano passado.

Agora que explicamos a situação, pode-se fazer algumas perguntas. Por exemplo, como a vinda de Marcelinho afeta as relações entre a diretoria Corinthiana e a MSI. A empresa, representada por Kia Joorabichian e comandada por Boris Berezovisky se pronuncia a não dar o sinal verde para a incorporação do meia ao elenco corinthiano, já que a contratação foi toda comandada pelo Corinthians. É mais um sinal da problemática parceria que rendeu ao clube craques em campo, mas fora dele, alguns pequenos(?) probleminhas. Se concretizada, a vinda do Pé-de-Anjo pode detonar de vez um relacionamento de amor (ao dinheiro) e ódio (a maneira de "mandar" do grupo).

Já na equipe, a possível chegada de Marcelinho Carioca traria uma interessante mas estranha disputa de posições. Ele poderá Encontrar lá o antigo "desafeto" Ricardinho, outro que voltou ao time (mas sem problemas) e, talvez, tentar resolver os problemas de relacionamento que minaram sua permanência no Corinthians. Além disso, terá que dividir a idolatria da Fiel com Carlitos Tévez, o atual xodó do torcida. Embora Marcelinho tenha mais carreira e história no Timão, Tévez já cravou um lugar no coração da torcida, e ver como os dois se sairiam juntos seria bastante interessante. Porém como não vinha atuando bem com frequência no Brasiliense, Marcelinho talvez não se encaixe no time do Corinthians, podendo virar reserva das estrelas da MSI.

No mais ou no menos, ainda nada está 100% para o Pé-de-Anjo voltar a Fazendinha. Se essa novela continua ou termina com ou sem final feliz, só depende dos personagens. E aliás, com ou sem Marcelinho, o Corinthians já tem um time bastante forte para as competições que disputa. Ficaremos ligados em qualquer coisa que aparecer.

***

Já que o mencionamos, Ricardinho tem agora algo que não é de se orgulhar. A revista Placar publicou em sua matéria de capa uma enquete perguntando a jogadores de futebol qual é o jogador mais odiado do Brasil. Cerca de 100 boleiros (que não quiseram dar nomes) votaram na tal enquete e o resultado foi deveras estranho: Ricardinho terminou em primeiro, ou seja, ele é o jogador mais odiado do Brasil, segundo os próprios jogadores.
Nisso penso: quem teve essa idéia de gerico pra fazer uma matéria assim. Tá bom, jogador não precisa gostar do outro, é a vida, acontece com cada um. Mas estampar na capa da principal revista de futebol do país que um jogador é malvisto pelos seus próprios colegas é meio de mal gosto, não acham? Aliás, listas com os dirigentes mais odiados ou com os jornalistas mais odiados seriam mais "interessantes". Sádicas e de mal gosto, mas sairiam menos bestas que esta enquete.

Bem, mas como dizem, problema deles não é?

sábado, fevereiro 18, 2006

Coloni - Sempre lá atrás


Outro dia contamos a história da Andrea Moda (que você pode ver olhando nosso arquivo), e mencionamos ela ser antigamente a Coloni. Talvez muitos gostariam de saber sobre as peripécias deste time que originou a Moda. Bem, mesmo sem ninguém pedir, mostrarei-lhes a história deste time italiano, que também curtia um fim-do-grid, mas que não teve tantas besteiras assim.

Enzo "O Lobo" Coloni teve uma carreira promissora como piloto. Na Fórmula 3 italiana venceu várias corridas e até conquistou o título em 1982 com um Ralt. No ano seguinte, ele mudaria de função e viraria dono de time, na mesma F3 Italiana, tendo como piloto Ivan Capelli. O futuro campeão da F3000 e piloto de March e Ferrari foi campeão da categoria em 1983, e também pela Coloni, o conterrâneo Alessandro Santin venceu a competição em 1984. No mesmo ano Coloni entraria na campeonato europeu da categoria com Capelli, e mais uma vez o título. Ainda na Fórmula 3 Italiana, a Coloni teria o vice com Alex Caffi em 1985 e mais um título com Nicola Larini no ano seguinte. Ainda em 1986, a Coloni entraria na F3000, com Gabriele Tarquini e outros pilotos no segundo carro.

Mas "O Lobo" queria era o Olimpo do automobilismo, a Fórmula 1. Durante a temporada de 1987, mesmo mantendo seus times nas competições de base, Coloni desenvolvia um chassis experimental para sua aventura na F1. No final do ano, nascia o FC187, pelas mãos de Roberto Ori. O carro era equipado com o básico Ford Cosworth DFZ. Alguns contratos de propaganda depois, a máquina estava pronta pra correr.

Nicola Larini foi o escolhido para ser o piloto em 2 GPs, Itália (Monza) e Espanha (Jerez). Na estréia da amarelinha Coloni, Larini não conseguiu fazer o grid, ficando em 27o (uma posição atrás do último do grid). Na corrida seguinte, na Espanha, Larini finalmente colocava a Coloni no domingo (largou em 26o). Mas o carro teria falha de suspensão na oitava volta, e Larini abandonaria a corrida em 22o lugar.

Tudo mudaria em 1988. Um carro novo (o meio pesadinho FC188, projetado por Ori), piloto novo (Gabriele Tarquini), mas o mesmo motor e patrocinadores.
A entrada de novas equipes (Rial, Dallara e Eurobrun) pos a Coloni na famigerada pré-qualificação de quinta-feira. Mas não era nada que a equipe não poderia superar.

Tarquini facilmente colocou a Coloni no grid nas cinco primeiras corridas, mas só terminaria duas delas: México em 14o e Canadá em 8o, aliás o melhor resultado da Coloni na sua história. Mas o encanto acabou e Tarquini não saiu da pré-qualificação nas quatro corridas seguintes. O carro voltaria ao grid na Hungria (onde terminou em 13o) e Bélgica (abandono). Como sinal de alívio, Enzo Coloni tiraria da AGS alguns de seus profisionais, entre eles o projetista Christian Vanderpleyn, Michel Costa e Fréderic Dhainault. A escuderia ainda largaria em Portugal (terminou em 11o),e terminaria o ano longe do grid. Apesar de ser um ano relativamente bom, a equipe tinha esperanças renovadas para 1989, principalmente pelo time de novos contratados.

O ano seguinte viria com mais novidades: a Coloni passaria a ter 2 carros no campeonato, e pra pilotar vieram o brasileiro Roberto Moreno (mais uma pra coleção) e o francês Pierre-Henri Raphanel. O francês, inclusive, trouxe grana do seu patrocinador, a emissora de TV francesa Le Cinq.
Por causa do 8o lugar de Tarquini no Canadá, Moreno evitaria a incômoda pré-qualificação, mas Raphanel teria que encará-la. Enquanto Vanderpleyn não lançava seu carro novo, o do ano passado foi revisado e rebatizado de C188B.

O começo não seria tão bom, com Moreno sem ir para o grid e Raphanel sem passar pela loteria da pré-qualificação. Eis que as ruas de Monte-Carlo chegam e um sopro de esperança passa nos boxes de Enzo. Não só Moreno chegaria ao grid (em 25o), mas Raphanel passaria pela pré-qualificação,e melhor, largaria em 18o! Na frente de monstros sagrados das pistas como René Arnoux e Nélson Piquet (aliás, seria a única vez que as duas Colonis estariam no grid numa mesma corrida). O chato foi que os dois carros não completaram a corrida, tendo problemas de câmbio.

O carro novo estrearia no GP do Canadá, em Montreal. Moreno seria o único a por o C3 no grid de largada, mas não terminaria a corrida. O carro era melhor, mas não rápido o suficiente, e a Coloni só voltaria ao grid em Silverstone, mais uma vez com o intrépido Roberto Moreno, mas de novo não chegaria ao final...e a falta de resultados jogaria Moreno de volta a Pré-Qualificação, da qual nem ele nem Raphanel sairiam na Alemanha. Pra pioriar, o francês sofreria um acidente,e mais ainda Vanderpleyn sairia do time.

Raphanel e Costa seriam os próximos a sair do time, após mais uma dupla falha de pré-qualificação na Hungria. O francês iria para a Rial, levando o patrocínio da Le Cinq, e foi subsituído por Enrico Bertaggia. O italiano não pode fazer muito, sendo o mais lento na suas tentativas de pré-qualificação. Após mais duas tentativas frustradas de tentar passar da quinta, Enzo Coloni chamaria os serviços de Gary Anderson, que já tinha trabalhando para ele na F3000. E até que a presença de Anderson (que depois trabalharia na Jordan e na Jaguar) melhorou um pouco as condições do carro. Moreno levaria a Coloni pela última vez ao grid no GP de Portugal, no Estoril. Mas um acidente no sábado, onde o brasileiro quebrou o bico, e problemas elétricos acabaram com as expectativas do time. O final de ano seria decepcionante, sem chances de largar nas 3 últimas corridas. Um ano que começaria promissor termina melancólico...mas tudo mudaria (de novo) em 1990.

Eis que o ano de 1990 começaria e algo interessante surgiu: a Subaru, conhecida dos fãs de WRC, se interessa pela F1 e faz um acordo para fornecimento de motores com a Coloni (os mesmos seriam preparados pela Motori Moderni). Ainda mais quando a montadora japonesa se torna sócia do time, através da Fuji Heavy Industries (companhia mãe da empresa). Coloni agora seria vice do novo chefe do time, o japonês Yoshio Takaoka. As cores também mudariam, passando a ser o branco, vermelho e verde da Fuji (que também são as cores da bandeira italiana, logo um traço de patriotismo de Enzo). O belga-franco-luxemburguês Bertrand Gachot seria o piloto do time para a temporada, usando um C3 revisado (o C3B)

Mas os problemas surgiram, mesmo antes da temporada começar. O motor da Subaru era pesado demais (mais do que os Cosworth) e o carro teve que ser reorganizado para suportar o peso do novo motor, que era esperado como promessa de um novo tempo. Porém...

Na primeira corrida do ano (GP dos EUA, em Phoenix) o carro não completou nem uma volta, por problemas na troca de câmbio. Pra piorar (ainda mais?) o carro era lento demais e não conseguiu sair da pré-qualificação durante parte do campeonato. E nos bastidores, problemas entre Coloni e o pessoal da Subaru causaram instabilidade nos boxes da equipe. As constantes brigas e indecisões sobre o comando fizeram Coloni largar o time em maio,e logo depois a Subaru romperia o contrato e devolve ao "Lobo" o comando do time. A equipe resolveu voltar aos Ford Cosworth de sempre a partir do GP da Alemanha, e ao amarelo dos velhos tempos. Até uma outra versão do C3, o C3C estrearia. Ainda que uma pequena melhora fora constatada, o carro continuava aquela merda (pardone) de sempre.

Por sorte, a Onyx faliu no GP da Bélgica, e sobraram apenas 3 carros na pré-qualificação para a Coloni vencer. E como eram a fraquíssima Life e os dois problemáticos Eurobruns, Gachot não teve problemas pra passar da quinta-feira, mas acabou em último na qualificação normal. Essa rotina seria a da Coloni pelo resto da temporada. Ainda que Life e Eurobrun desistissem de ir ao Japão e Austrália para as duas últimas corridas do ano, e colocassem automaticamente a Coloni na qualificação propriamente dita, ainda Gachot era lento demais. 1990 terminaria com a Coloni acompanhando a Life como as equipes que não colocaram um carro no grid de largada durante o ano inteiro! Mesmo com toda essa tragédia, um resto de esperança movia o time para 1991.

O carro era pelo menos novo, o C4, projetado por alunos da Universidade de Perugia (ITA). Era parecido com o C3C, mas as cores mudariam de amarelo para um azul/cinza/branco. O português Pedro Chaves foi contratado como piloto, garantindo um pouco de dinheiro de patrocínio para o já endividado escrete de Enzo. O time voltaria a pré-qualificação, por causa das novas entradas (Jordan e Lambo).

Até que no começo Chaves conseguia até disputar com seus adversários, mas os problemas surgiram e a Coloni voltava para o fim da fila, o que se tornou usual. O próprio Chaves se encheria disso e depois de fracassar no GP da sua terra, sairia do time, e ainda exigiu receber dinheiro de compensação... Pra encerrar com chave de bosta, o japonês Naoki Hattori fora contratado para as duas últimas corridas do ano, e...nada. O ano terminaria igual ao ano passado: um fracasso. Cansado de todos os problemas, Enzo venderia o time para o milionário Andrea Sassetti e...bem, a gente já falou dessa história antes...

E assim a Coloni fecharia as portas, mas não antes ser o embrião da maior falácia da F1 de todos os tempos.

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Por onde andam os "craques" da Coloni:

Nicola Larini fez uma carreira sem muitos sucesos na F1, embora fez o pódio no fatídico GP de San Marino de 1994, em 2o com a Ferrari. Osella, Ligier, Lambo e Sauber também seriam suas casas
Gabriele Tarquini já havia corrida 1 corrida pela Osella, e ainda fez carreira na AGS e Fondmetal e uma corrida na Tyrrell. Hoje tem uma carreira de sucesso nos Sportcars
Roberto Moreno enfrentou vários perrengues em sua carreira. Passou por Lotus, AGS, Eurobrun, teve um momento de glória fazendo dobradinha com Nélson Piquet pela Benetton, Jordan, Minardi, Andrea Moda e Forti Corse. Depois correria pela CART nos EUA
Pierre-Henri Raphanel ainda correria na Rial em 1989 antes de se aventurar em Le Mans e nos campeonatos de turismo japonês
Enrico Bertaggia teve um sucesso relativo na F2 Inglesa, na F300 japonesa e no turismo, participando das 24h de Le Mans. É claro, também "participou" da Andrea Moda
Bertrand Gachot correu pela Jordan, Lola, Venturi e Pacific antes de se tornar um vendedor de bebida energética (um dos maiores empresários do ramo)
Pedro Chaves se tornaria uma astro do rali local, participando de várias corridas e etapas da WRC
Naoki Hattori correria na CART nos anos 90.
Enzo Coloni voltou a F3000 nos anos 90, com seu time tendo pilotos como Giorgio Pantano e Zsolt Baumgartner

FICHA TÉCNICA
Nome: Coloni
Dono: Enzo Coloni
País: Itália
Temporadas: 5 (1987/91)
Corridas disputadas: 65
Pilotos: Nicola Larini (ITA, 87), Gabriele Tarquini (ITA, 88), Roberto Moreno (BRA, 89), Pierre-Henri Raphanel (FRA, 89), Enrico Bertaggia (ITA,89), Bertrand Gachot (FRA, 90), Pedro Chaves (POR, 91) e Naoki Hattori (JPN, 91)
Melhor colocação: 8o (GP do Canadá 1988)

Fontes: F1 Rejects , Grand Prix.com e Chicane F1

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Rádio de Velho?

Afirmo: Gosto de ouvir rádio de música "velha". Sim, você acabou de ler isto: um rapaz de 21 anos afirmando que gosta de ouvir rádios de música "velha". Tá, sei que parece loucura, mas é verdade.

Talvez tenha sido um tanto influenciado por alguns amigos meus, que costumam ouvir este tipo de rádio. Gosto de ouvir aquelas famosas "babas" românticas dos anos 80, tipo "Careless Whisper" do George Michel, "Total Eclipse of the Heart" da Bonnie Tyler, algumas do A-HA, "Lonely is the Night" do Air Supply e tantas outras que encantam os corações das pessoas com mais de 25 anos (e de certas pessoas de menos).

Aqui na Grande São Paulo temos duas rádios especializadas nisso: a Alpha e a Antena 1.
A Antena 1 (94,7FM) é a mais especializada em música "melosa" e de "fossa" das duas, tocando quase sempre músicas das mais variadas épocas, mas sempre apelando para os clássicos da música considerada "de motel". De vez em quando passa algo novo, mas sempre passam grandes melodias clássicas.

A Alpha (101,7FM) também tem uma bela carga de clássicos e músicas antigas, mas geralmente toca muita MPB e algumas músicas mais recentes, geralmente mais voltadas ao público "adulto" (sim, esse tipo de rádio é chamado de rádio adulta. Tá, faz algum sentido). Por ser mais variada e agradar a mais gostos, talvez a Alpha seja uma emissora mais propícia pra ser ouvida a qualquer momento.

Mas de fato, as duas emissoras de rádio passam grandes clássicos da música, e são ótimas pra se ouvir quando se quer esquecer a mesmice das programações das rádios mais "mainstream". De qualquer forma, são grandes rádios e merecem uma ouvida quando você estiver apaixonado, na fossa ou estiver totalmente nostálgico.

As rádios
ALPHA FM
Lugar: São Paulo (SP)
Dial: 101,7
Site: http://www.alphafm.com.br/

ANTENA 1 FM
Lugar: São Paulo (SP)
Dial: 94,7
Site: http://www.antena1.com.br/

Elas transmitem pela Net, mas se quiser, procure pelas rádios desse tipo na sua cidade...

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

A História Alternativa das Copas do Mundo

Todos sabemos que a Copa do Mundo começou em 1930 no Uruguai, e que a Celeste levou a Copa. E todos sabemos a história dos Mundiais de Futebol desde então...Bem, mas e se pudéssemos contar outra história das Copas, sem que precisássemos alterar a história oficial?
Foi isso que um tal Andre Rosso fez.

Fez isso no site The Alternative Story of the World Cup. Um site interessante que conta uma nova história da Copa do Mundo, mas sem mudar a história oficial do certame internacional. Os torneios mostrados no site são anteriores a primeira Copa do Mundo, e no espaço da Segunda Guerra Mundial (1939-1949). Todos, é claro, hipotéticos.

O texto é longo (bem longo, pra dizer a verdade), mas é bem explicativo e mostra um pouco da história do futebol criando Copas inexistentes (1906, 1910, 1914, 1922 e 1926) e ainda torneios paralelos (1916, 1918, 1940, 1942, 1944, 1946) que poderiam ser considerados "Copas do Mundo/Olimpíadas". Os resultados das partidas das "Copas" são baseados no retrospecto dos times em partidas na mesma época.

No mais. apesar de grande, e um pouco chato às vezes, é uma pequena aula histórica de futebol e uma ficção bastante interessante pra quem gosta destas peculiaridades.
Aliás, achei este link num dos sites que estão na lista de links ao lado: a "bíblia" RSSSF (Outro site que é indispensável a visita)

O site já está no nome do tópico

Então, voltaremos depois com algo

terça-feira, fevereiro 07, 2006

A Banda: Len


Mais um espaço que se abre neste blog, agora falando de música. E sempre falando de eventos ou bandas que mereçam ser postos neste site.

E comecemos com uma daquelas bandas que subitamente aparecem do nada, lançam uma música que toca muito, e subitamente desaparecem. Ao contrário de outras bandas chamadas "one-hit-wonders", simplesmente são esquecidas e sua música também, sendo nem tocada nem mesmo nos famosos programas de música velha de rádio. Neste caso se enquadra o Len.

Vindos de Toronto (Canadá), a banda surgiu em 1991 pelas mãos dos irmãos Mark e Sharon Constanzo. O grupo tocava um punk-pop básico e mostravam seus dotes nas batidas com vários amigos músicos na costa leste canadense. As ligações com músicos de hip hop transformaram o estilo de som da banda.

No período de 1992 a 1996 a banda lança 1 EP e 2 álbums em seu selo independente (Funtrip Records), o principal deles "Get Your Legs Broke", uma mistura inovadora de punk rock com rap. No caminho, novos membros entram pro time: D-Rock, DJ Moves e Planet Pea. Os discos se tornam sucesso nos charts independentes do Canadá.

Não demoraria muito para que eles alcançassem o estrelato. Depois de assinar com um grande selo, em 1998 a banda lança "Steal My Sunshine", que se tornaria o maior (e único) sucesso da banda, isso em plena ascenção da mistura rock/rap nos EUA. A música entra na trilha do filme "Vamos Nessa", lançado na mesma época e entra no álbum lançado no final de 1998 "You Can't Stop the Burn Rush" (o primeiro do Len por uma grande gravadora).

Mas o tempo passa e a banda não consegue emplacar nenhum sucesso seguinte a "Steal My Sunshine". De repente o Len some das paradas, mas continua trabalhando com shows e singles no Canadá. O grupo só voltaria a lançar um disco em 2005, o "Diary of the Madmen", que não obteve o mesmo sucesso, passando despercebido pelo grande público.
Mas embora a banda não tenha obtido mais singles nas primeiras posições das paradas, o Len continua ativo e mostrando seu som peculiar para os que desejam ouvi-lo. Pelo menos deixaram uma música com a qual podemos contar...

***
FICHA TÉCNICA
Banda: LEN
Ano de Fundação: 1991
Local: Toronto, Canadá
Integrantes: Frank Constanzo (aka The Burger Pimp - guitarra e vocais), Sharon Constanzo (vocal e baixo), D-Rock, DJ Moves, Planet Pea e Drunkness Monster.
Estilo: rap/punk
Discografia: "Get Your Legs Broke" (1996), "You Can't Stop the Burn Rush" (1998) E "Diary of the Madmen" (2005)
Maior sucesso: "Steal My Sunshine"
Site Oficial:

Agora (sim, pensou que você não a mais veria aqui é?) a letra de Steal My Sunshine pra você tentar se lembrar

Len - Steal My Sunshine


I was lying on the grass on sunday morning of last week
indulging in my self defeats
my mind was thugged, all laced and bugged, all twisted round and
beat
uncomfortable three feet deep
now the fuzzy stare from not being there on a confusing morning
week
impaired my tribal lunar-speak
and of course you can't become if you only say what you would
have done
so i missed a million miles of fun

i know it's up for me
if you steal my sunshine
making sure i'm not in too deep
if you steal my sunshine
keeping versed and on my feet
if you steal my sunshine

i was frying on the bench slide in the park across the street
l-a-t-e-r that week
my sticky paws were into making straws out of big fat slurpy
treats
an incredible eight foot heap
now the funny glare to pay a gleaming tear in a staring under
heat
involved an under usual feat
and i'm not only among but i invite who i want to come
so i missed a million miles of fun

i know it's up for me
if you steal my sunshine
making sure i'm not in too deep
if you steal my sunshine
keeping versed and on my feet
if you steal my sunshine

i know it's done for me
if you steal my sunshine
not something hard to see
if you steal my sunshine
keeping dumb and built to beat
if you steal my sunshine

my sunshine


Bibilografia: Len-Site Oficial , Len - CANOE e MTV

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Andrea Moda: Nada Pode ser Pior


De todas as equipes que já passaram na história da F1, mesmo aquelas que nunca largaram, ou eram apenas particulares correndo com carros de terceiros, nenhuma deleas misturou tantos fatos bizarros, estranhos ou até imbecilidades quanto a Andrea Moda. É justamente sobre a "história" desta escuderia é que o primeiro texto "oficial" deste blog trata.

Voltemos então ao final de 1991. A Coloni, tradicional time do fundo do grid e das pré-qualificações, já não tinha dinheiro pra nada, e nem conseguiu se classificar para uma prova. Para piorar, o dono do time, Enzo Coloni abandonara o time que agora corria risco de fechar. Mas nos momentos finais de 1991, algo interessante aconteceria.

Lá pelo GP da Espanha, foi anunciada a compra da Coloni. O comprador seria revelado depois: era o milionário italiano da indústria de moda Andrea Sassetti. O time recebeu o nome de uma de suas empresas (Andrea Moda) e partiu para a temporada 1992 usando o Coloni da temporada passada e com motores Judd.
Ainda contrataria os conterrâneos Enrico Bertaggia (com passagem pela mesma Coloni em 1989) e Alex Caffi (ex-Scuderia Italia e Footwork).

Logo na primeira corrida, o GP da África do Sul, em Kyalami, Sassetti foi pego numa controvérsia: A FIA ordenou que Sassetti pagasse as garantias que as equipes novas precisavam para poder estrear. O dono da Andrea Moda protestou, dizendo que a Andrea Moda era nada mais do que a Coloni rebatizada com um novo nome, e ainda a seu favor, outras equipes também mudaram de nome e não pagaram a tal quantia (cerca de US$ 100 mil na época). A equipe participou até dos treinos de reconhecimentos do circuito de Kyalami, na quinta-feira, mas não da pré-qualificação: A FIA decidiu que a Andrea Moda era uma equipe nova, e como o time não havia pago as garantias, a equipe foi excluida da corrida. Para o próximo GP, no México a equipe decidiu reconstruir o carro (renomeado de S291), contando com os desenhos de Nick Wirth (que depois trabalharia na Simtek) e de mecânicos de outros times. Mesmo com o carro pronto às pressas, a equipe desistiu de participar da corrida, e pra piorar acabaram demitidos do time.

Para os seus lugares foram chamados o brasileiro Roberto Moreno (diga-se de passagem, especialista em pilotar carros que não atendiam ao seu talento) e o britânico Perry McCarthy. Na chegada ao Brasil, as confusões continuaram: McCarthy teve sua superlicença revogada e depois devolvida,e Moreno não conseguiu fazer o carro passar da pré-qualificação. Na Espanha, tudo dava pinta de que melhoraria, mas aí a bizarrice entrou em cena (de novo).

O brasileiro enfrentou problemas com o motor na pré-qualifcação, mas foi McCarthy que sofreu mais. Depois do carro ter sido montado às pressas para a pré-qualificação, apenas 18m depois de sair dos pits, o motor para! Exatamente: o motor parou do nada! A estréia de McCarthy na F1 se resumiu a apenas alguns passos! Ainda que Moreno conseguisse usar o carro de McCarthy para outra tentativa, nada poderia ter sido feito.

Depois de um fim de semana "normal" em Ímola, veio o GP de Mônaco, nas ruas de Monte Carlo. E o que parecia impossível acontece: A Andrea Moda passa da pré-qualificação e ainda conseguiu lugar no grid de largada. O autor da façanha foi Roberto Moreno, que obteve o 26o posto no grid. No dia da corrida, o carro durou apenas 11 voltas, quando o motor de Moreno teve problemas. Aquelas seriam as primeiras e únicas 11 voltas de um Andrea Moda numa corrida da F1...

Quando tudo parecia começar a dar certo, as forças do destino conspiraram de novo contra a trupe de Sasseti: sua discoteca na Itália pegou fogo, e ao tentar sair, sofreu a um atentado. Quand voltou ao Canadá, para a corrida em Montreal, mais uma daquelas: os carros estavam lá, mas os motores não. Tudo culpa de uma tempestade que adiou vários vôos, inclusive o dos motores Judd do time. O time ainda conseguiu arranjar um motor emprestado da Brabham para Moreno, mas de novo o grid estava longe.

Na França, mais um obstáculo bizarro atrapalhava o time: uma greve de caminhoneiros parava as estradas do país, impedindo que as equipes pudessem chegar ao circuito de Magny-Cours. Enquanto as outras equipes usavam caminhos alternativos, a Andrea Moda ficou parada na estrada, e nem apareceu na corrida. E o dinheiro começava a escassear, por isso Sassetti começou a dar quase toda a ajuda a apenas 1 carro: o de Roberto Moreno. O time apareceu sem patrocinadores no GP da Inglaterra, e com mais confusão: os dois carros usaram o mesmo jogo de pneus de chuva, só que Moreno os usou quando realmente a pista estava molhada. E McCarthy, mesmo saindo da pista várias vezes, ainda marcou um tempo (ruim é clar0).

Em Hockenheim (GP da Alemanha, claro) McCarthy nem conseguiu marcar tempo,e ainda foi desqualificado por perder a pesagem dos carros, e Moreno quase chegou nos 4 primeiros da pré-qualificação (que iam a qualificação normal). A relação McCarthy x Sassetti azedou quando o pobre britânico saiu a apenas 45s do fim da pré-qualificação, sem chance de tempo. Enquanto McCarthy pensava "o que é que tô fazendo aqui?", Sassetti se arrependia de ter demitido Bertaggia, o que significaria alguns milhõezinhos em patrocínio...
Moreno ainda conseguiu ser o mais lento de todos os carros daquele fim-de-semana, mas o pior seria a FIA pegando pesado com a Andrea Moda: ou dariam um carro em condições para McCarthy, ou...é, você entendeu.

Na Bélgica, pelo menos uma salvação. O fim da Brabham tornou desnecessária a pré-qualificação, "promovendo" os Andrea Moda a qualificação propriamente dita. Mas nada mudou: mesmo com Erik Comas e sua Ligier sem marcar tempo, os dois carros só conseguiram os 2 piores tempos. Mas o pior mesmo estaria por vir...a polícia da Bélgica prende Sassetti, acusado de fraude. Por causa disso, a FIA bane a Andrea Moda do campeonato por "trazer má-reputação ao esporte". Com isso, chegava ao fim a "aventura" da Andrea Moda, considerada a "pior escuderia da história da F1" para alguns.

***
Depois desta história, só nos resta falar sobre o destino dos personagens

Enrico Bertaggia voltou a Fórmula 3000 em 1993, e depois partiu para os carros-esporte, participando de várias 24h de Le Mans e Daytona, sem muito sucesso.
Alex Caffi conseguiu um sucesso relativo na carreira de sportcars, vencendo algumas corridas e participando de provas importantes.
Roberto Moreno foi para o outro lado do Atlântico ter um relativo sucesso na Fórmula Indy/CART/Mundial (escolha o nome que queira)
Perry McCarthy participou de algumas provas de sportscar, mas não teve muito sucesso. Participou de várias 24h de Le Mans, sem resultados convincentes
E Andrea Sassetti..bem...este ainda não encontramos nada sobre ele. Provavelmente deve ter voltado a indústria de sapatos, onde pelo menos não tem tanto alarde né?

FICHA TÉCNICA
Nome oficial: Andrea Moda Formula
Estréia na F1: Gp da África do Sul 1992
Despedida da F1: Gp da Bélgica 1992
Temporadas disputadas: 1 (1992)
Dono: Andrea Sassetti
Motor: Judd
Pilotos: Enrico Bertaggia e Alex Caffi (ambos italianos), Roberto Moreno (brasileiro) e Perry McCarthy (britânico)
Corridas: 9
Melhor classificação: DNF (11 voltas, GP de Mônaco)







FOTO E BIBLIOGRAFIA: F1Rejects e Chicane F1